Mohamed al-Fayed, bilionário e amigo da realeza britânica, é acusado de estupro

A Harrods pediu desculpas após mais de 20 mulheres dizerem que Al Fayed havia abusado sexualmente delas e, em alguns casos, as estuprado

Reuters

Mohamed Al Fayed (REUTERS/Luke MacGregor/File Photo)
Mohamed Al Fayed (REUTERS/Luke MacGregor/File Photo)

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O falecido bilionário egípcio Mohamed Al Fayed abusou sexualmente de funcionárias de sua loja de departamentos londrina Harrods, obrigou-as a fazer exames médicos e ameaçou com consequências caso elas tentassem reclamar, disseram advogados de supostas vítimas nesta sexta-feira (20).

Uma mulher que trabalhou para Fayed na luxuosa loja de Knightsbridge o chamou de “um monstro”.

A Harrods pediu desculpas na última quinta-feira, após mais de 20 mulheres dizerem à BBC que Al Fayed havia abusado sexualmente delas e, em alguns casos, as estuprado. Ele morreu no ano passado, aos 94 anos.

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“Por trás do brilho e do glamour da Harrods havia um ambiente tóxico, inseguro e abusivo”, disse a advogada Gloria Allred, em uma entrevista coletiva.

Ela disse que as alegações incluíam estupro em série, tentativa de estupro, agressão sexual e abuso sexual de menores, perpetrados ao longo de 25 anos.

Outro advogado, Dean Armstrong, disse que eles estão representando 37 mulheres e que esse número provavelmente aumentará.

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Natacha é uma delas.

“Ver o obituário dele há pouco mais de um ano provocou uma emoção enorme”, disse a repórteres, sem informar seu sobrenome. “Eu não conseguia acreditar que esse monstro tivesse se safado de seu crime.”

De acordo com um documentário da BBC que foi ao ar na quinta-feira (19), a Harrods não interveio e ajudou a encobrir as alegações de abuso durante o período em que Al Fayed foi proprietário, entre 1985 e 2010.

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Ele sempre negou as acusações.

A advogada Maria Mulla disse que quando as funcionárias eram selecionadas para cargos como secretária ou assistente particular, elas passavam por exames médicos, como exames de colo de útero e ovários.

“Se as mulheres perguntassem por que os exames eram necessários, elas seriam informadas… ele quer ter certeza de que você está limpa”, disse Mulla.

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As funcionárias eram ameaçadas se tentassem reclamar dos abusos, disse.

A Harrods declarou estar “totalmente chocada” com as alegações.

“Essas foram as ações de um indivíduo que tinha a intenção de abusar de seu poder”, disse a Harrods em um comunicado. “Também reconhecemos que, durante esse período, falharam com as vítimas e, por isso, pedimos sinceras desculpas.”

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Al Fayed vendeu a Harrods para o veículo de investimento da família real do Catar em um negócio que, segundo informações, valeu cerca de 1,5 bilhão de libras (equivalente a R$ 10 bilhões) em 2010.

A loja de departamentos disse que agora é uma “organização muito diferente”.

Um porta-voz do hotel Ritz em Paris, do qual Al Fayed também era proprietário, disse que “condena veementemente qualquer forma de comportamento que não se alinhe com os valores do estabelecimento”.