Milhares de pessoas protestam no Capitólio dos EUA antes de discurso de Netanyahu

Dezenas de parlamentares democratas planejam não comparecer ao discurso de Netanyahu no Congresso, expressando sua consternação com as milhares de mortes de civis e a crise humanitária da campanha de Israel em Gaza

Reuters

Manifestantes pró-palestinos em Washington protestam no dia de discurso do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em uma reunião conjunta do Congresso, no Capitólio
24/07/2024
REUTERS/Nathan Howard
Manifestantes pró-palestinos em Washington protestam no dia de discurso do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em uma reunião conjunta do Congresso, no Capitólio 24/07/2024 REUTERS/Nathan Howard

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Milhares de manifestantes contrários à guerra de Israel em Gaza, alguns carregando bandeiras palestinas, reuniram-se perto do Capitólio em Washington nesta quarta-feira, antes do discurso do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, aos membros do Congresso dos EUA.

Um palco decorado com faixas incluía uma declarando o líder israelense como “Criminoso de Guerra Procurado”, em referência a um mandado de prisão solicitado pelos promotores do Tribunal Penal Internacional. Netanyahu nega veementemente as alegações de crimes de guerra.

A atriz Susan Sarandon, ganhadora do Oscar, subiu ao palco e condenou o número de mortos. “Ninguém é livre até que todos sejam livres”, disse Sarandon.

Perto dali, os manifestantes colocaram cerca de 30 caixões de papelão em tamanho humano, envoltos em bandeiras palestinas, em memória dos mortos na guerra em Gaza. O tráfego foi bloqueado em várias ruas próximas ao Capitólio.

“Quero que toda a ajuda (seja) suspensa para Israel devido às suas ações em Gaza”, disse Bradley Cullinan, que disse ter viajado para a área vindo de Columbus, Ohio, a 640 km de distância.

Dezenas de parlamentares democratas planejam não comparecer ao discurso de Netanyahu no Congresso, expressando sua consternação com as milhares de mortes de civis e a crise humanitária da campanha de Israel em Gaza.

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Membros de um grupo judeu ultraortodoxo carregavam bandeiras palestinas e cartazes com os dizeres “Libertem a Palestina” e “Antissionismo não é antissemitismo”, enquanto um grupo de manifestantes mais jovens dançava ao som de música árabe e carregava grandes faixas com os dizeres “Parem de armar Israel” e “Parem os crimes de guerra em Gaza”.

Grupos pró-palestinos e estudantes universitários protestaram durante meses nos EUA contra a ofensiva de Israel em Gaza, um enclave governado pelo Hamas onde, segundo as autoridades de saúde, cerca de 40 mil palestinos foram mortos e quase todos os seus 2,3 milhões de habitantes foram deslocados.

O ataque militar de Israel ocorreu após um ataque do Hamas em 7 de outubro, cujos militantes invadiram Israel, matando 1.200 pessoas e fazendo cerca de 250 reféns, de acordo com dados israelenses.

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Os promotores do TPI afirmam que há motivos razoáveis para acreditar que Netanyahu e o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, bem como os líderes do Hamas, Yahya Sinwar, Mohammed Al-Masri e Ismail Haniyeh, têm responsabilidade criminal por supostos crimes de guerra e crimes contra a humanidade.