Milei cancela ida ao G-7 e encontro com Macron em meio a problemas com o Senado

A mudança no cronograma ocorreu antes de um momento crucial para o pacote de reformas pró-mercado de Milei no Senado argentino

Bloomberg

Javier Milei discursa em evento organizado pelo partido de extrema direita Vox em Madri em 19 de maio Foto: Paul Hanna/Bloomberg
Javier Milei discursa em evento organizado pelo partido de extrema direita Vox em Madri em 19 de maio Foto: Paul Hanna/Bloomberg

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O presidente argentino, Javier Milei, cancelou uma viagem à Itália para a cúpula do G-7 na próxima semana e desistiu de uma reunião agendada com o presidente francês Emmanuel Macron, de acordo com pessoas com conhecimento de seus planos.

Estava programado que Milei participasse do G-7 depois de receber um convite da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e deveria ter conversas bilaterais com Macron, em Paris, em 19 de junho. A mudança no cronograma, no entanto, ocorreu antes de um momento crucial para seu amplo pacote de reformas pró-mercado no Senado argentino, onde parlamentares da oposição ameaçaram retirar várias disposições importantes em uma votação na próxima semana.

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As negociações em curso sobre o pacote de reformas contribuíram para que Milei cancelasse a visita com Macron, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto, que pediu anonimato para discutir a situação. Milei agora pretende iniciar sua turnê europeia em 21 de junho, para participar de cerimônias de premiação na Espanha e na Alemanha.

O atraso na partida alterará significativamente o escopo da viagem. Na Itália, o argentino estava prestes a cruzar com um de seus principais adversários políticos — o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva — pela primeira vez desde que assumiu o cargo. Ele teria ido ao país também para se encontrar com o Papa Francisco, com quem Milei reconciliou-se depois que os dois trocaram farpas durante a campanha presidencial da Argentina.

As novas datas de viagem de Milei também colocam em risco sua participação na cúpula da Ucrânia na Suíça, onde o presidente Volodymyr Zelenskiy deve apresentar um plano para a paz para a guerra em curso contra a Rússia.

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O pacote de reformas de Milei, dividido entre dois projetos de lei, foi aprovado na Câmara dos Deputados da Argentina em abril, mas agora enfrenta novos desafios no Senado. Os legisladores estão tentando retirar disposições que reintroduziriam o imposto de renda e privatizariam empresas estatais, duas medidas destinadas a ajudar o governo a fechar uma lacuna crônica de gastos.

Em vez disso, Milei retornará a Madri, que visitou no mês passado, para receber um prêmio de um instituto libertário no cassino da cidade, de acordo com o site da organização. Milei também receberá um prêmio da Sociedade Hayek, em Hamburgo, em 22 de junho, seguido de uma reunião com o chanceler alemão Olaf Scholz.

A última viagem de Milei a Madri, onde discursou em um comício de extrema direita por um partido de oposição, desencadeou uma briga diplomática total com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez.

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