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O presidente da Argentina, Javier Milei, detalhou estratégias para combater a inflação em coluna enviada ao jornal La Nación. Segundo ele, a inflação persistente no país é resultado de décadas de má gestão do Banco Central da República Argentina (BCRA), incluindo saques de recursos e emissão descontrolada de moeda. Ele afirma que, para resolver o problema, é necessário não apenas cortar o fluxo de emissão de dinheiro, mas também recompor o patrimônio líquido do BCRA.
Milei destaca que a situação inflacionária em seu país foi agravada por políticas que deterioraram o patrimônio do BCRA, como a “fraude monumental da pesificação assimétrica” em 2001, que resultou no “roubo de US$ 14 bilhões que respaldavam a base monetária”. Outros episódios, como a venda de dólares futuros em 2015, também contribuíram para o esvaziamento das reservas do BC, segundo ele. “Nos últimos 25 anos, a política, através do BCRA, roubou dos argentinos US$ 110 bilhões.”
Ele argumenta que, quando o patrimônio do BCRA se torna negativo, o nível de preços precisa subir para equilibrar o balanço, gerando inflação. Para reverter esse cenário, Milei afirma que seu governo atuou em duas frentes: cortando a emissão monetária e regularizando os estoques de dívida.
O acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) é parte da estratégia de Milei para restaurar o patrimônio do BCRA. Ele explica que os recursos do FMI serão usados para cancelar parte da dívida do Tesouro com o BC, sem aumentar a dívida bruta. “O acordo com o FMI visa restaurar o patrimônio do BCRA, para que a inflação seja apenas uma lembrança amarga do passado”, escreveu.
Milei rejeita críticas de que o acordo apenas troca credores, afirmando que isso seria “aceitar que a política gostaria de continuar roubando os argentinos via inflação”. Ele também nega que a estratégia implique em aumento de impostos, já que a dívida bruta não cresce. “Nada nos deterá em nossa tarefa de exterminar a inflação e tornar a Argentina grande novamente”, concluiu.