Milei anuncia apoio, com ressalvas, à declaração final do G20 no Brasil

Segundo a Casa Rosada, governo argentino assinou a declaração de presidentes, mas dissociando-se parcialmente de todo o conteúdo vinculado à Agenda 2030 da ONU

Equipe InfoMoney

O presidente da Argentina, Javier Milei, participa da cúpula do G20 no Museu de Arte Moderna no Rio de Janeiro, Brasil, em 18 de novembro de 2024. REUTERS/Pilar Olivares
O presidente da Argentina, Javier Milei, participa da cúpula do G20 no Museu de Arte Moderna no Rio de Janeiro, Brasil, em 18 de novembro de 2024. REUTERS/Pilar Olivares

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O presidente argentino, Javier Milei, anunciou seu apoio com reservas à declaração final do G20 no Brasil, ao rejeitar as disposições relacionadas à Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).

A posição oficial da Argentina foi divulgada enquanto Milei participava da segunda sessão da cúpula global, que debate a necessidade de reformular o funcionamento das Nações Unidas, do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial.

Em comunicado enviado da Casa Rosada ao Rio de Janeiro, foi destacado que, “pela primeira vez desde que faz parte, o Governo Nacional assinou a declaração de presidentes, dissociando-se parcialmente de todo o conteúdo vinculado à Agenda 2030”.

No entanto, Milei ainda não assinou o comunicado final, pois ajustes no texto ainda estavam pendentes após meses de negociações entre 20 países.

Durante sua participação no G20, Milei reafirmou sua posição ideológica sobre o papel dos organismos multilaterais na luta contra a mudança climática, a pobreza e a igualdade de gênero.

O comunicado oficial enfatizou que, embora esses organismos tenham sido criados para promover a cooperação voluntária entre nações, o modelo atual está em crise e não tem cumprido seu propósito original.

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O presidente argentino deixou claro que não apoia vários pontos da declaração, incluindo a promoção da limitação da liberdade de expressão nas redes sociais e a imposição de intervenções estatais como solução para problemas como a fome.

Milei argumentou que, para combater a pobreza e a fome, é necessário reduzir a presença do Estado e desregular a atividade econômica, permitindo que o mercado e o comércio promovam a prosperidade.

O presidente argentino também expressou sua oposição a se alinhar à agenda doméstica de Lula, que inclui posições controversas sobre a invasão russa à Ucrânia e o ataque do Hamas a Israel.

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O chanceler Gerardo Werthein e o sherpa argentino no G20, Federico Pinedo, informaram que Milei tinha várias “linhas vermelhas” em relação ao comunicado final e que revisaria cuidadosamente cada parágrafo antes de assinar.