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Uma recente descoberta de um grande laboratório de drogas na Síria lançou luz sobre o comércio ilícito de captagon, um estimulante semelhante à anfetamina que se tornou amplamente utilizado em todo o Oriente Médio.
Localizado na periferia de Damasco, o laboratório industrial foi encontrado em uma área que, até recentemente, era controlada pelo governo do presidente Bashar al-Assad, que sempre negou qualquer envolvimento no tráfico de narcóticos.
O comércio anual de captagon é estimado em bilhões de dólares, e governos ocidentais associam esse tráfico ao irmão de Assad, Maher al-Assad, que comanda a Quarta Divisão do exército sírio.
Desde a queda do regime, jornalistas começaram a investigar a rede de captagon, revelando a extensão do problema e as conexões com as autoridades sírias.
Em um armazém abandonado na cidade de Douma, foram encontrados milhares de pílulas escondidas em móveis e outros objetos, prontas para exportação.
Caroline Rose, diretora do Captagon Trade Project do New Lines Institute, afirmou à Reuters que o valor global do comércio de captagon é de aproximadamente 10 bilhões de dólares, com lucros anuais para a liderança síria em torno de 2,4 bilhões de dólares.
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O laboratório encontrado em Douma é considerado um dos maiores já descobertos na Síria, com equipamentos e produtos químicos utilizados na produção das pílulas. Os químicos foram identificados como provenientes de diversos países, incluindo Reino Unido, China e Arábia Saudita.
O captagon, que se popularizou como uma “cocaína do pobre”, foi originalmente produzido na Alemanha na década de 1960 para tratar transtornos de atenção, mas sua versão ilícita se espalhou pelo Oriente Médio, especialmente após o início da guerra civil síria em 2011.
A droga é conhecida por aumentar o foco e suprimir a fome e o sono, mas também causa efeitos colaterais prejudiciais e tem contribuído para um aumento do abuso de drogas nos estados árabes do Golfo.
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(Com Reuters)