Mais de 10 milhões de pessoas são deslocadas pela guerra no Sudão, diz entidade

O número é o mais recente dado terrível do país do leste da África, devastado por um conflito que começou em abril de 2023

Reuters

Fumaça pode ser vista após bombardeio em Cartum do Norte (REUTERS/Mohamed Nureldin Abdallah)
Fumaça pode ser vista após bombardeio em Cartum do Norte (REUTERS/Mohamed Nureldin Abdallah)

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Mais de 10 milhões de sudaneses, ou 20% da população, deixaram suas casas desde o início da guerra no país, informou a Organização Internacional para as Migrações (OIM) nesta terça-feira (16), enquanto a maior crise de deslocamento do mundo continua a se agravar.

O número é o mais recente dado terrível do país do leste da África, devastado por um conflito que começou em abril de 2023. A guerra deixou metade da população de cerca de 50 milhões de habitantes enfrentando uma crise de fome e precisando de ajuda humanitária, a maior de todos os países.

Mais de 2,2 milhões de pessoas fugiram para outros países desde o início da guerra, enquanto quase 7,8 milhões buscaram refúgio dentro do país, disse a OIM em um relatório bimestral. Outros 2,8 milhões de pessoas já haviam sido deslocadas por conflitos anteriores no país.

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Os combates entre o Exército e as Forças de Apoio Rápido, grupo paramilitar, que eclodiram na capital Cartum no ano passado, rapidamente se expandiram por Darfur, a oeste, com a RSF assumindo o controle da maioria dos centros. Especialistas da ONU afirmam que a fome substituiu a violência como o maior fator de migração de Darfur, onde eles enfrentam dificuldades para fornecer ajuda.

“Todos os refugiados que conheci disseram que o motivo pelo qual fugiram do Sudão foi a fome”, disse o diretor nacional da Organização Mundial da Saúde, dr. Shible Sahbani, a repórteres após visitar refugiados de Darfur, a origem de metade da população deslocada, no Chade.

“Uma mulher que acabou de chegar a Adré relatou que todos os alimentos que costumavam produzir localmente em Darfur foram levados pelos combatentes”, acrescentou.

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À medida que a RSF expande seu alcance no sudeste do país nas últimas semanas, mais de 150 mil pessoas foram deslocadas do estado de Sennar, disse a OIM, muitas delas pela segunda ou terceira vez após ataques da RSF a mercados e casas nas pequenas cidades e vilarejos do estado.

A RSF nega ter causado danos a civis e atribui a atividade a agentes desonestos.

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