Maduro diz que está “pronto” para apresentar 100% das atas eleitorais

Maduro acrescentou que espera que outros candidatos mostrem suas atas emitidas por cada uma das máquinas das mais de 15.000 seções eleitorais

Reuters

Policiais ao lado de outdoor com imagem do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em Caracas
31/07/2024
REUTERS/Alexandre Meneghini
Policiais ao lado de outdoor com imagem do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em Caracas 31/07/2024 REUTERS/Alexandre Meneghini

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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta quarta-feira (31) que o partido governista “está pronto” para apresentar 100% das atas das eleições, exigência recorrente da comunidade internacional e da oposição.

Em entrevista no Supremo Tribunal de Justiça, onde apresentou um recurso para que a câmara eleitoral investigue “os ataques” ao processo eleitoral, Maduro acrescentou que espera que a corte também peça a outros candidatos os dados de suas atas emitidas por cada uma das máquinas das mais de 15.000 seções eleitorais.

Leia também: 67% x 30%: oposição publica supostas atas e diz que Maduro perdeu na Venezuela

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A ação perante a mais alta corte ocorre em um momento de grande tensão diante da contestada eleição e de relatos de possíveis prisões de líderes da oposição, mantendo muitas pessoas em casa.

O país vive um terceiro dia de incerteza e nervosismo após os resultados anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que declarou Maduro como o vencedor da disputa. Ele governará por mais seis anos, até 2031.

Mas a oposição, liderada por María Corina Machado e Edmundo González, disse ter em posse relatórios das máquinas de votação indicando que seu candidato teria vencido com mais de 6 milhões de votos contra 2,7 milhões de Maduro.

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“O Partido Socialista Unido da Venezuela está pronto para apresentar 100% das atas eleitorais que estão em nossas mãos e espero que a Câmara Eleitoral faça o mesmo com cada candidato e cada partido. Eu sei o que estou dizendo a eles”, declarou Maduro ao deixar o tribunal. “Muito em breve eles vão descobrir (…) já apareceram as provas desse complô.”

O presidente pediu que o STJ convoque as autoridades do órgão eleitoral, a promotoria e os candidatos presidenciais para que “o ataque às seções eleitorais e as sedes queimadas do CNE, o ataque cibernético” possa ser verificado.

O governo credita o atraso na transmissão dos registros de votação no domingo a um ataque ao sistema de computadores.

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Em meio a protestos, Maduro anunciou na terça-feira patrulhas de militares e policiais nas ruas de todo o país e disse que um aplicativo seria usado para processar queixas contra opositores “extremistas” que ele culpa pela agitação.

O aplicativo chamado Venapp, geralmente usado para relatar falhas de serviço, entre outras coisas, desde a noite de terça-feira conta com uma categoria para as pessoas denunciarem “guarimbas fascistas”. “Guarimbas” é a gíria usada pelos venezuelanos para se referirem aos protestos de rua.

Na noite de terça-feira, membros das forças de segurança, alguns vestidos de preto, circularam em várias cidades do país, de acordo com testemunhas da Reuters e vídeos nas redes sociais.

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Em Caracas, nas primeiras horas do dia não foram observadas patrulhas, exceto em alguns pontos de vigilância específicos na cidade, segundo testemunhas da Reuters.

O CNE ofereceu apenas um boletim oficial, não forneceu os resultados discriminados pelos 15.000 centros que operaram no domingo no país e seu site não está funcionando desde a segunda-feira.