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Em uma entrevista ao Financial Times, o presidente francês Emmanuel Macron descreveu o retorno de Donald Trump como um “eletrochoque” que deve impulsionar a Europa a garantir seu próprio futuro, bem como o da Ucrânia.
Macron enfatizou a necessidade de o continente “fortalecer-se” em termos de defesa e economia, especialmente após Trump concordar com Vladimir Putin em realizar negociações de paz.
Macron destacou que apenas o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky pode negociar em nome de seu país, alertando que permitir uma “paz que seja uma capitulação” seria “uma má notícia para todos”, incluindo os Estados Unidos.
Ele questionou se Putin está genuinamente disposto a concordar com um cessar-fogo e ressaltou a importância de a comunidade internacional, especialmente a Europa, permanecer vigilante.
O líder francês tem defendido há tempos que a Europa deve assumir mais responsabilidade por sua própria segurança, o que só seria possível aumentando sua independência econômica e reduzindo a dependência dos EUA e da China.
Macron vê o retorno de Trump como um impulso para a União Europeia investir em sua própria defesa e revitalização econômica e tecnológica, abandonando estruturas fiscais e monetárias que considera obsoletas.
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Apesar das dificuldades políticas internas e das finanças públicas limitadas da França, Macron apoia a posição dos EUA de que é responsabilidade da Europa garantir a segurança da Ucrânia.
Ele argumenta que a política externa americana está se afastando da Europa em direção à Ásia, uma mudança que não começou com Trump, mas que foi acentuada por ele.
Macron também destacou a necessidade de a Europa desenvolver suas capacidades de defesa para poder agir “mesmo quando os EUA não estiverem envolvidos”. Ele defende uma base industrial e tecnológica de defesa europeia totalmente integrada, alertando que, se a Europa continuar a depender das armas americanas, não resolverá a questão da soberania europeia nos próximos 20 anos.