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O presidente da França, Emmanuel Macron, elevou o tom contra a Rússia mais uma vez nesta quinta-feira (6), classificando Vladimir Putin como um “imperialista revisionista” e afirmando que Moscou representa “uma ameaça existencial duradoura para todos os europeus”. As declarações foram feitas no encerramento do Conselho Europeu extraordinário em Bruxelas, onde os líderes da União Europeia aprovaram um novo plano de reforço militar, o “Rearmar a Europa”.
Diante do aumento das tensões com a Rússia e da postura mais isolacionista dos Estados Unidos sob o governo de Donald Trump, Macron destacou a necessidade de acelerar os investimentos em defesa. “A análise compartilhada por todos os Estados-membros é que a Rússia constitui uma ameaça existencial duradoura para todos os europeus e, portanto, também para a França”, afirmou o presidente francês.
O plano europeu inclui uma proposta para flexibilizar as normas fiscais da União Europeia, permitindo que os países possam destinar mais recursos para defesa e segurança. Na terça-feira (4), a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, já havia anunciado um pacote de 800 bilhões de euros (cerca de R$ 4,9 trilhões) para fortalecer as forças militares do bloco e reduzir a dependência da aliança militar com os EUA.
Macron sugere abrir debate sobre dissuasão nuclear
Em meio às discussões sobre segurança europeia, Macron propôs em discurso um debate estratégico sobre o uso do arsenal nuclear francês como parte da defesa do continente. “Respondendo ao chamado histórico do futuro chanceler alemão [Friedrich Merz], decidi abrir o debate estratégico sobre a proteção de nossos aliados no continente europeu por meio de nossa dissuasão nuclear”, afirmou o presidente francês.
Desde a saída do Reino Unido da União Europeia, a França é a única nação do bloco a possuir um arsenal nuclear, o que coloca o país em posição central nas discussões sobre segurança europeia. Macron ressaltou, porém, que a decisão final sobre o uso dessas armas continuará sendo prerrogativa exclusiva do chefe de Estado francês.