Lula, Petro e Obrador farão reunião com Maduro sobre crise política na Venezuela

Conversa vai acontecer após mandato de prisão contra o candidato opositor Edmundo González

Equipe InfoMoney

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Em meio à escalada das preocupações com a situação política na Venezuela, após mandado de prisão emitido contra o candidato opositor Edmundo González Urrutia, que denunciou fraude e reivindica a vitória nas eleições presidenciais de julho, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Gustavo Petro, da Colômbia, e Andrés Manuel López Obrador, do México, se reunirão virtualmente com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, nesta quarta-feira (4) para discutir soluções para a crise política no país vizinho, informou o chanceler colombiano Luis Gilberto Murillo, à CNN.

Na terça-feira, a comunidade internacional, liderada por EUA e União Europeia, rejeitou o mandado de prisão emitido por um tribunal da Venezuela. Já o assessor internacional da Presidência, embaixador Celso Amorim, disse à Reuters que o governo brasileiro considera muito preocupante o pedido de prisão do candidato presidencial de oposição na Venezuela, Edmundo González, e vê uma escalada autoritária no país vizinho.

“É algo muito preocupante”, disse Amorim em entrevista à Reuters nesta terça-feira. “É uma coisa errada ao nosso ver. O Brasil tomou parte do acordo de Barbados, fizemos parte do processo de negociação, nos sentimos autorizados a criticar.”

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Recentemente, Lula endureceu suas críticas a Maduro, afirmando que o líder venezuelano deveria enfrentar as consequências de suas ações. O presidente Lula também declarou que não reconheceria a vitória de Maduro, nem de González, até que os boletins de urnas fossem divulgados. No último dia 22, o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela declarou Maduro vencedor e proibiu a divulgação das atas de votação.

Mesmo depois da decisão da Suprema Corte venezuelana, que referendou a vitória de Maduro nas eleições presidenciais, o Brasil mantém, em conjunto com a Colômbia, a posição de não reconhecer a vitória de Maduro e cobrar a apresentação das atas das mesas eleitorais, que até agora o governo se recusa a apresentar.

De acordo com chanceler colombiano, os presidentes do Brasil, México e Colômbia optaram por não restringir a possibilidade de mediação e facilitação, pois é necessário que alguns países desempenhem esse papel, uma vez que os eventos na Venezuela têm impacto em seus países e na região.

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Murillo destacou também que os três governos têm sido cuidadosos em assegurar a “soberania e autonomia” da Venezuela. “As soluções devem ser encontradas pelos próprios venezuelanos”, acrescentou.

(Com Reuters e Estadão)