Lula diz que Zelensky foi humilhado e cena na Casa Branca foi “grotesca”

O presidente está em Montevidéu para a posse do presidente eleito do Uruguai

Augusto Diniz

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado (1) que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, foi humilhado durante a audiência com o presidente americano, Donald Trump, e classificou as cenas, transmitidas ao vivo pela imprensa, de “grotescas”.

“Eu não sou diplomata, mas acho desde que a diplomacia foi criada, não se via uma cena tão grotesca, tão desrespeitosa como aquela que aconteceu no salão oval da Casa Branca”, disse Lula a jornalistas em Montevidéu, antes de sair para a posse do presidente eleito do Uruguai, Yamandú Orsi.

Na cabeça do Trump

“Eu, sinceramente, acho que há uma parcela da sociedade que vive do desrespeito aos outros, e não é possível a gente falar em democracia se não há respeito a outro ser humano. Acho que o Zelensky foi humilhado, acho que, na cabeça do presidente (Trump), o Zelensky merecia isso”, continuou.

Lula, que se encontrou na manhã deste sábado com o presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, em uma reunião bilateral, contou ainda que disse ao alemão que a Europa provavelmente vai ficar responsável pela reconstrução da Ucrânia e pela manutenção da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

“E é bem possível que a Europa seja responsabilizada pelo desastre que está acontecendo, quando na verdade não é um problema de nenhum país, é um problema de irresponsabilidade de gente que não quer discutir a paz e que prefere discutir guerra”, afirmou.

Proposta Brasil-China

Lula lembrou ainda a proposta de negociação preparada pelo Brasil e a China, que colocaria Ucrânia e Rússia em uma mesa com outros países também como mediadores.

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“Durante muito tempo a União Europeia defendia que era preciso conversar só com Zelensky e não com Putin. Agora que o Trump conversou com Putin, a União Europeia quer que o Zelensky participe. Eu acho que não tem paz se não houver participação dos dois concorrentes que estão em conflito”, disse.