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Líderes europeus defenderam o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, após uma série de gafes durante uma cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) nesta semana, mas a imprensa do continente, por outro lado, considerou os erros como mais uma evidência de que Biden não está apto a derrotar Donald Trump na eleição presidencial deste ano.
Biden, de 81 anos, provocou espanto no encontro da Otan em Washington quando apresentou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, como “presidente Putin”, e depois confundiu os nomes de sua vice-presidente, Kamala Harris, e Trump durante uma coletiva de imprensa que seus assessores haviam organizado para reforçar a confiança em sua aptidão mental.
Biden tem enfrentado apelos de colegas democratas e apoiadores para abandonar sua campanha à reeleição depois de um desempenho ruim contra Trump em um debate em 27 de junho, que cristalizou preocupações sobre sua capacidade de vencer o pleito de 5 de novembro e lidar com as demandas da Casa Branca.
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Enquanto os líderes europeus que participaram da cúpula foram diplomáticos em relação a Biden e elogiaram a organização da cúpula, a imprensa europeia, como o jornal britânico Daily Telegraph, concluiu que “Biden parece acabado”.
“Deslizes de linguagem acontecem e, se você sempre monitorar todos, encontrará muitos deles”, disse o chanceler alemão, Olaf Scholz, quando perguntado por repórteres sobre Biden ter confundido Zelenskiy com Putin.
O sentimento foi compartilhado pelo presidente francês, Emmanuel Macron, e pelo primeiro-ministro holandês, Dick Schoof.
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O recém-eleito primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, falando antes das gafes de Biden, disse que ele e o presidente conseguiram abordar uma série de questões “em ritmo acelerado” durante seu primeiro encontro desde que tomou posse.
“Ele estava realmente em boa forma e mentalmente ágil – absolutamente em todos os detalhes”, disse Starmer à BBC.
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O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, disse que Biden parecia “bem” e que participou de todas as sessões da cúpula, ao contrário de outros líderes. A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, foi menos efusiva, mas elogiou a organização de “uma cúpula muito boa”.
Uma coletiva de imprensa após a cúpula não conseguiu convencer a mídia europeia de que Biden pode recuperar a confiança em sua acuidade mental.
“Essa era a chance de Joe Biden conquistar os céticos. Ele estragou tudo”, disse uma manchete do veículo londrino The Times, enquanto o italiano Il Giornale afirmou que era o “fim do caminho para Biden”.
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O alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung descreveu a coletiva de Biden como uma “humilhação… Para ser mais duro: A dignidade do titular do cargo foi irreversivelmente manchada.”
O jornal britânico The Guardian concordou, descrevendo a coletiva de imprensa como “dolorosa de assistir”.