Líder do Hamas é assassinado no Irã e Israel sofre ameaças de retaliação

Ismail Haniyeh havia participado mais cedo da cerimônia de posse do novo presidente do Irã, Masoud Pezeshkian; Hamas, Hezbollah e governo iraniano prometem "punição"

Roberto de Lira

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O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, foi assassinado na manhã desta quarta-feira (31) no Irã em um ataque feito por míssil que tanto o governo iraniano quando o grupo militante palestino atribuíram a Israel.

Não houve comentários imediatos sobre o ataque de Teerã por parte das autoridades israelenses.

Mas Israel prometeu matar Haniyeh, considerado o rosto diplomático do Hamas, e outros líderes do movimento, após o ataque do grupo terrorista baseado em Gaza em 7 de outubro contra Israel, que matou 1.200 pessoas e fez 251 reféns. Ele já havia perdido parte da família em abril num ataque em Gaza.

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A Guarda Revolucionária do Irã confirmou a morte de Haniyeh, que aconteceu horas depois de ele ter participado da cerimônia de posse do novo presidente do Irã, Masoud Pezeshkian.

Segundo o jornal The Times of Israel, esse foi o segundo assassinato de alto perfil atribuído a Israel em questão de horas, após um ataque aéreo em Beirute que matou o principal líder militar do Hezbollah.

“Mártir”

As ameaças de retaliação foram rápidas. O braço armado do Hamas disse em um comunicado que o assassinato de Haniyeh “levaria a batalha a novas dimensões e teria grandes repercussões”, enquanto o Irã também prometeu retaliar.

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Já o movimento de resistência libanês Hezbollah afirmou que o assassinato de Ismail Haniyeh, fortalecerá a determinação de seus combatentes de enfrentar o inimigo sionista. “O comandante martirizado foi um dos grandes líderes do movimento de resistência que se opôs bravamente ao projeto de hegemonia americana e à ocupação sionista”, escreveram.

“O martírio do líder Haniyeh aumentará a determinação e persistência dos combatentes resistentes em todas as arenas de resistência para continuar o caminho da jihad [luta] e fortalecerá sua determinação em enfrentar o inimigo sionista, o assassino de mulheres e crianças, o perpetrador do genocídio em Gaza e o usurpador da terra da Palestina e das santidades da nação,” acrescentou o Hezbollah.

O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, disse que Israel forneceu as bases para uma “punição severa para si mesmo” e que era dever de Teerã vingar a morte do líder do Hamas, como ocorreu na capital iraniana. As forças iranianas já haviam feito ataques diretos contra Israel no início da guerra de Gaza.

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O governo iraniano declarou um dia de luto nacional e emitiu um comunicado nesta quarta-feira dizendo que o assassinato de Haniyeh em Teerã acrescentou mais uma página aos registros obscuros “do regime sionista criminoso e usurpador”.

Segundo a nota, o assassinato de um convidado diplomático da República Islâmica do Irã em seu território é uma violação de todas as regras internacionais e princípios humanos, acrescentando que a medida expôs a natureza terrorista do regime [de Israel] e o fato de que ninguém na terra está imune aos atos malignos do regime.

(Com Reuters)

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