Le Pen espera vitória clara da extrema-direita na eleição e poder sobre Macron

Partido Reunião Nacional (RN) lidera pesquisas de opinião, mas há dúvidas se conseguirá maioria absoluta de 289 cadeiras ou mais na Assembleia Nacional na eleições de domingo

Reuters

Marine Le Pen em Paris - 9/6/2024 (Foto: Sarah Meyssonnier/Reuters)
Marine Le Pen em Paris - 9/6/2024 (Foto: Sarah Meyssonnier/Reuters)

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Paris (Reuters) – A líder de extrema-direita francesa Marine Le Pen está confiante de que seu partido conquistará uma maioria absoluta de assentos no Parlamento, formará um governo e imporá limites ao que o presidente Emmanuel Macron pode fazer para apoiar a Ucrânia, disse ela dias antes do início da eleição no domingo.

Macron permanecerá na Presidência após uma eleição parlamentar em 30 de junho e 7 de julho, que ele convocou depois que o partido de Le Pen, Reunião Nacional (RN), derrotou sua aliança centrista nas eleições para o Parlamento Europeu, mas pode ter que dividir o poder com seus adversários.

“Quanto à escolha do primeiro-ministro, o presidente tem compreendido que não tem muita escolha, pois Jordan Bardella terá um mandato do povo francês”, disse Le Pen ao jornal Le Télégramme, referindo-se à escolha de seu partido para o cargo de chefe de governo.

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As pesquisas de opinião sugerem consistentemente que o RN tem uma liderança confortável em termos de participação no voto popular, com uma coalizão de esquerda em segundo lugar e grupo de Macron em terceiro.

Entretanto, a grande incógnita é se o RN conseguirá obter uma maioria absoluta de 289 cadeiras ou mais na Assembleia Nacional. A última pesquisa, publicada na quarta-feira pelo Ifop, projetou que o partido e seus aliados obteriam de 220 a 260 cadeiras.

O mandato de Macron vai até 2027 e ele não pode ser forçado a sair. A França teve três períodos de “coabitação”, quando o presidente e o primeiro-ministro eram de campos políticos opostos, em sua história pós-guerra.

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Desconforto

Le Pen previu que Macron se sentiria desconfortável com essa situação, chegando a sugerir que ela acha que ele poderia desistir antes do tempo. “Não sei qual será a reação dele. Dada a sua arrogância, será que ele aguentará isso por muito tempo?”, disse ela na entrevista.

Macron tem dito repetidamente que permanecerá como presidente até 2027, qualquer que seja o resultado da eleição.

Em termos gerais, a Constituição francesa fornece ao presidente ampla liberdade em política externa e defesa quando há coabitação, enquanto o primeiro-ministro e o governo assumem a liderança em assuntos internos, incluindo a política econômica.

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Mas Le Pen pareceu sugerir que Bardella, como primeiro-ministro, seria capaz de restringir a margem de manobra de Macron.

“Jordan não pretende brigar com ele (Macron), mas deixaria claros os limites. Na Ucrânia, o presidente não poderá enviar tropas.”