Kremlin diz que Trump e Kamala deveriam deixar Putin fora de sua briga

Porta-voz fez a observação uma semana depois que Putin disse, em um comentário provocador, que preferia Kamala a Trump

Reuters

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O Kremlin disse nesta quarta-feira (11) que não gostou da maneira como o nome de Vladimir Putin foi mencionado no debate presidencial dos Estados Unidos entre Kamala Harris e Donald Trump, e pediu aos candidatos que parem de arrastá-lo para sua briga política.
O porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, fez a observação uma semana depois que Putin disse, em um comentário provocador, que preferia Kamala a Trump, o que levou a Casa Branca a dizer que Putin deveria parar de comentar sobre a eleição de 5 de novembro.
Peskov disse aos repórteres que o Kremlin não acompanhou diretamente o debate de terça-feira (10) à noite, mas que havia monitorado as notícias sobre ele.


“É claro que percebemos que ambos os candidatos mencionaram nosso presidente, mencionaram nosso país. É claro que a posição é bastante clara – os EUA como um todo, não importa de que partido sejam os candidatos, mantêm uma atitude negativa, uma atitude hostil em relação ao nosso país”, disse ele.
“O nome de Putin é usado como um dos instrumentos na luta política interna nos EUA. Nós realmente não gostamos disso e esperamos que eles deixem o nome do nosso presidente em paz.”
Durante o debate, Trump e Kamala Harris se envolveram em discussões polêmicas sobre Putin e a guerra na Ucrânia.
Kamala disse a Trump que Putin estaria “sentado em Kiev agora mesmo” se Trump fosse presidente.
Trump afirmou que era do melhor interesse dos Estados Unidos “encerrar essa guerra e simplesmente terminá-la”, sem dizer se quer que a Ucrânia vença.
Ele repetiu sua afirmação de que, se eleito, resolveria o conflito antes mesmo de assumir o cargo, sem dizer como conseguiria isso. Ele também reprovou o presidente dos EUA, Joe Biden, por não ter telefonado para Putin nos últimos dois anos.
Peskov, em resposta a uma pergunta, disse que uma ligação telefônica não teria acabado com o conflito. O que é necessário, afirmou ele, é que os EUA “abandonem sua política de usar a Ucrânia como material descartável em uma tentativa de suprimir tudo relacionado à Federação Russa”.