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WASHINGTON (Reuters) – A vice-presidente norte-americana Kamala Harris é a principal alternativa para substituir o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se ele decidir não continuar sua campanha de reeleição, de acordo com sete fontes seniores da campanha de Biden, da Casa Branca e do Comitê Nacional Democrata com conhecimento das discussões atuais sobre o assunto.
O desempenho desastrado, às vezes incoerente e amplamente criticado de Biden no primeiro debate contra o rival republicano Donald Trump, na semana passada, desencadeou uma onda de pânico no Partido Democrata devido a preocupações de que ele poderia não estar apto o suficiente para cumprir um segundo mandato, e provocou pedidos de demissão de seus principais assessores.
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Alguns democratas influentes apresentaram alternativas a Biden além de Kamala Harris, incluindo membros populares do gabinete e governadores democratas como Gavin Newsom, da Califórnia, Gretchen Whitmer, de Michigan, e Josh Shapiro, da Pensilvânia. Mas tentar contornar a vice-presidente é uma ilusão e seria quase impossível, disseram essas fontes, que não quiseram ser identificadas.
Se nomeada como candidata do partido, Kamala Harris, de 59 anos, ficaria com o dinheiro arrecadado pela campanha de Biden e herdaria a infraestrutura da campanha, disseram as fontes. Ela também tem o maior reconhecimento de nome entre todas as alternativas e o maior índice em pesquisa de opinião entre os democratas que poderiam ser seriamente considerados candidatos, segundo as fontes.
Em uma pesquisa Reuters/Ipsos publicada na terça-feira, Kamala ficou atrás de Trump por um ponto percentual, 42% a 43%, uma diferença que estava dentro da margem de erro de 3,5 pontos percentuais da pesquisa, um resultado estatisticamente tão forte quanto o de Biden.
Além disso, ela já foi avaliada para um cargo nacional e sobreviveu ao intenso escrutínio dos republicanos, disseram as fontes. O deputado Jim Clyburn, o homem que foi fundamental para a vitória de Biden em 2020, disse à MSNBC que apoiaria Kamala para ser a candidata democrata se Biden se afastasse.
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“É quase impossível ganhar a indicação superando vice-presidente”, afirmou Michael Trujillo, estrategista democrata da Califórnia que trabalhou para a campanha de Hillary Clinton em 2008 e 2016.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse na terça-feira que Biden teve apenas uma “noite ruim” no debate e que ele continuaria a defender sua reeleição para o povo norte-americano. A campanha de Biden pediu que a equipe de Kamala Harris comentasse à reportagem.
Os assessores dela rejeitaram qualquer conversa sobre uma chapa democrata que não inclua Biden e Kamala Harris. “A vice-presidente Harris está ansiosa para atuar em um segundo mandato com o presidente norte-americano, Joe Biden”, informou um comunicado de seu escritório.
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A campanha de Biden acumulou 3.894 delegados após as primárias estaduais, deixando apenas algumas dezenas de delegados “não comprometidos” pendentes. Espera-se que eles nomeiem formalmente Biden no final deste mês em uma reunião virtual, antes da convenção de nomeação dos democratas em agosto.
“Todos os delegados não são apenas delegados de Joe Biden, eles são delegados de Kamala Harris”, disse Trujillo.
Donna Brazile, ex-presidente interina do Comitê Nacional Democrata, que tem um papel importante no comitê da Convenção Nacional Democrata deste ano, em agosto, afirmou que a pessoa que pode assumir imediatamente, se Biden decidir não concorrer, é Kamala Harris.
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“As pessoas podem sonhar com outro super-herói, mas existe um processo e, da última vez que verifiquei, é uma chapa Biden-Harris, ela é a número dois da chapa”, disse Brazile, acrescentando que Biden continua sendo o indicado do Partido Democrata e “não vai a lugar algum”.
Deixar de lado a primeira vice-presidente negra e mulher por outro candidato levaria a uma reação negativa dos eleitores negros e mulheres, que são fundamentais para qualquer vitória, disseram vários estrategistas democratas.