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A Argentina e a Venezuela entraram em nova fase de sua guerra diplomática. Um dia depois de a Primeira Câmara da Justiça Federal de Buenos Aires ter entrado com um pedido de prisão internacional do presidente Nicolás Maduro por “violações de direitos humanos”, o Ministério Público venezuelano deu o troco e pediu nesta terça-feira (24) à Interpol que capture o presidente Javier Milei por sete crimes, incluindo roubo agravado, lavagem de dinheiro e privação ilegal de liberdade.
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, disse em um comunicado transmitido pela televisão estatal do país que o pedido foi feito na segunda-feira. Segundo ele, o pedido inclui a secretária-geral da Presidência e irmã do presidente, Karina Milei, e a ministra da Segurança, Patricia Bullrich.
No pedido de prisão feito pela Justiça argentina também foi incluído o ministro do Interior, Justiça e Paz, Diosdado Cabello.
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“Ficou provado que existe um plano sistemático de repressão, desaparecimento forçado de pessoas, tortura, homicídios e perseguição contra uma parcela da população civil, desenvolvido – pelo menos – de 2014 até o presente”, diz a decisão da Primeira Câmara da Justiça Federal de Buenos Aires.
Já o procurador venezuelano disse que agora vai esperar “para ver como essa organização [a Interpol] agirá diante do roubo, desmantelamento e danos ao patrimônio nacional”, disse. O caso que motivou a investigação do Ministério Público venezuelano teve origem na apreensão de um avião venezuelano-iraniano retido em Buenos Aires em junho de 2022 e depois enviado para os Estados Unidos.
Já o ministro Diosdado Cabello desafiou Milei para um enfrentamento. “Venha aqui para a Venezuela, Milei, dar uma volta. Para ver se é verdade que você é louco”, provocou um programa de rádio. Ele dedicou minutos do seu programa para criticar a política de ajuste fiscal de Milei e a repressão policial durante protestos pelo aumento da aposentadoria na Argentina.
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Mais cedo, a chancelaria da Venezuela havia emitido nota repudiando “a decisão irrita de uma instância do desprestigiado poder judicial argentino” contra do Presidente Nicolás Maduros.
O pedido foi considerado apenas uma retaliação, “instruída por Milei, baseado na corrente internacional do “lawfare”, que busca espancar a soberania dos países e deslegitimar processos constitucionais, democráticos e populares”.
No texto, o governo nacional não apenas repudia a decisão da instância argentina, mas também denuncia que o referido instrumento “carece de fundamentos de competência e viola a jurisdição dos estados”.