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O júri de Nova York no caso de Donald Trump para comprar o silêncio de uma atriz pornô iniciou as suas deliberações, preparando o terreno para um veredicto histórico que poderá ter impacto na campanha do ex-presidente para voltar à Casa Branca.
O juiz Juan Merchan, de Manhattan, entregou formalmente o caso ao painel de 12 pessoas nesta quarta-feira (29), depois de instruí-los durante cerca de uma hora sobre como aplicar a lei sobre as 34 acusações criminais contra o ex-presidente. O juiz pediu que os jurados a ignorem as enormes implicações políticas que ofuscam o caso.
“Você se lembra que durante a seleção do júri você concordou em deixar de lado quaisquer pontos de vista ou teorias políticas”, disse Merchan. “Você não deve permitir que tais opiniões influenciem seu veredito.”
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O júri pode discutir durante horas ou dias antes de chegar a um veredito, que deve ser unânime para condenar ou absolver Trump. Outro resultado potencial poderia ser a anulação do julgamento, que acontece quando o júri não consegue chegar a um veredito unânime.
Trump enfrenta 34 acusações de falsificação de registros comerciais para ocultar um pagamento a uma atriz pornô antes das eleições de 2016, para mantê-la calada sobre um suposto encontro sexual. O procurador distrital de Manhattan, Alvin Bragg, afirma que o pagamento fazia parte de um esquema mais amplo para influenciar a eleição, mantendo os eleitores no escuro sobre os supostos casos de Trump.
Depois que o júri deixou o tribunal, Trump disse aos repórteres que o caso foi “fraudado”.
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“Nem Madre Teresa conseguiria vencer essas acusações”, disse ele. “Mas veremos.”
Merchan pediu que o júri pense em Trump como qualquer outra pessoa que merece ser tratada com justiça.
“Você está sendo solicitado a tomar uma decisão muito importante sobre outro membro da comunidade”, disse Merchan. “Eu sei que você não gostaria de fazer isso com o que chamamos de preconceitos implícitos.”
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Pouco antes de o júri sair do tribunal, Merchan informou aos membros do painel que eles receberão um laptop contendo as provas do caso e pediu que eles lhe entregassem seus telefones antes de começarem as discussões. Ele também disse que os jurados podem solicitar depoimentos do julgamento a qualquer momento e só devem debater quando estiverem todos juntos.
“Se por algum motivo todos os 12 não estiverem reunidos na sala do júri, por favor parem de debater”, disse ele durante as instruções, que duraram pouco mais de uma hora.
Os seis suplentes foram convidados a permanecer na sala do tribunal enquanto o painel principal saía. O juiz agradeceu a atenção dispensada ao julgamento e disse que deverão permanecer no tribunal caso sejam necessários os seus serviços durante as deliberações.
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O juiz iniciou o processo 30 minutos mais tarde do que o normal na manhã desta quarta-feira, depois que os jurados concordaram em ficar até às 20h da terça-feira (28) para encerrarem as oito horas de argumentos finais.
Os promotores, que têm o ônus da prova, passaram cerca de seis horas resumindo os depoimentos e as provas apresentadas ao longo de cinco semanas.
O promotor Joshua Steinglass concentrou-se no depoimento do ex-advogado e negociador de Trump, Michael Cohen, bem como do ex-editor do National Enquirer David Pecker, que disseram ter concordado em 2015 em ajudar Trump a identificar e sumir com histórias negativas dos tablóides antes da eleição. Pecker conseguiu um pagamento de US$ 150 mil para a ex-modelo da Playboy Karen McDougal, enquanto Cohen pagou US$ 130 mil para Stormy Daniels, uma atriz de filmes adultos.
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Faturas, vouchers e cheques que indicam os reembolsos do ex-presidente a Cohen em 2017 estão no centro do caso. Os promotores dizem que Trump alegou falsamente que os cheques eram para serviços jurídicos.
O advogado de Trump, Todd Blanche, usou seu tempo para minar a credibilidade de Cohen, que anteriormente se declarou culpado de mentir sob juramento e outros crimes. Blanche também argumentou que os pagamentos a Cohen eram válidos e que Trump não tinha nada a ver com a forma como a sua empresa geriu as transações.
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