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O jornalista do Wall Street Journal Evan Gershkovich e o ex-fuzileiro naval norte-americano Paul Whelan estavam entre os 26 prisioneiros de Estados Unidos, Rússia, Alemanha, Polônia, Eslovênia, Noruega e Belarus que foram libertados em uma grande troca nesta quinta-feira, informou a Presidência da Turquia.
A Presidência disse que 10 prisioneiros, incluindo dois menores, foram transferidos para a Rússia, 13 para a Alemanha e três para os Estados Unidos.
A inteligência turca anunciou que estava coordenando uma ampla troca de prisioneiros, em meio a sinais de uma grande troca entre Rússia e Belarus, de um lado, e países ocidentais, incluindo os Estados Unidos e a Alemanha, do outro.
“Nossa organização assumiu um importante papel de mediação nessa operação de troca, que é a mais abrangente do período recente”, disse a Agência Nacional de Inteligência (MIT) em um comunicado.
Tanto o Kremlin quanto a Casa Branca se recusaram a comentar quando perguntados sobre uma possível troca.
O site de rastreamento de voos Flightradar24 mostrou que um avião especial do governo russo usado para uma troca anterior de prisioneiros envolvendo os Estados Unidos e a Rússia voou de Moscou para o enclave russo de Kaliningrado, que faz fronteira com a Polônia e a Lituânia, antes de voltar para a capital russa.
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Imagens da Reuters mostraram um avião do governo russo no solo da capital turca, Ancara.
Whelan e Vladimir Kara-Murza, um dissidente russo-britânico, ambos presos na Rússia, desapareceram repentinamente nos últimos dias, de acordo com seus advogados. Pelo menos sete dissidentes russos foram inesperadamente retirados de suas prisões.
Um advogado de Alexander Vinnik, um russo preso nos Estados Unidos, recusou-se na quarta-feira a confirmar o paradeiro de seu cliente para a agência de notícias estatal RIA “até que a troca fosse realizada”.
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A RIA também informou que quatro russos presos nos Estados Unidos haviam desaparecido de um banco de dados de prisioneiros operado pelo U.S. Federal Bureau of Prisons. O nome deles é Vinnik, Maxim Marchenko, Vadim Konoshchenok e Vladislav Klyushin.
Os dissidentes dentro da Rússia cujos apoiadores dizem ter sido informados de que foram subitamente transferidos nos últimos dias incluem o político de oposição Ilya Yashin, o ativista de direitos humanos Oleg Orlov, e Daniil Krinari, condenado por cooperar secretamente com governos estrangeiros.
No Ocidente, os dissidentes são vistos por governos e ativistas como prisioneiros políticos detidos injustamente. Todos foram, por diferentes motivos, designados por Moscou como extremistas perigosos.
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Entre os que Moscou sinalizou que deseja está Vadim Krasikov, um russo que cumpre pena de prisão perpétua na Alemanha por ter assassinado um dissidente checheno-georgiano exilado em um parque de Berlim.
Na quarta-feira, um tribunal esloveno condenou dois russos a cumprirem pena por espionagem e uso de identidades falsas, e disse que eles seriam deportados, informou a agência de notícias estatal STA, uma ação que um canal de TV esloveno relatou ser parte de uma troca mais ampla.
A Reuters não pôde confirmar isso de forma independente.