Israel x ONU no Líbano: o que se sabe sobre o ataque e o que diz cada lado

ONU afirma que foi um ataque direto, enquanto Israel diz que foi um recuo em resposta a um ataque a suas bases; entenda

Reuters

Missão de paz da ONU na fronteira entre Líbano e Israel (Foto: Thaier Al-Sudani/Reuters)
Missão de paz da ONU na fronteira entre Líbano e Israel (Foto: Thaier Al-Sudani/Reuters)

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As Nações Unidas afirmaram neste domingo (13) que tanques israelenses arrombaram os portões de uma base de sua força de paz [os capacetes azuis] no sul do Líbano, a mais recente acusação de violações e ataques israelenses que foram denunciados pelos próprios aliados de Israel.

A força de manutenção da paz UNIFIL disse que dois tanques Merkava israelenses destruíram o portão principal de uma base e forçaram a entrada antes do amanhecer de domingo.

Depois que os tanques saíram, os projéteis explodiram a 100 metros de distância, liberando fumaça que se espalhou pela base e afetou funcionários da ONU, levando 15 a precisarem de tratamento, apesar de usarem máscaras de gás, afirmou em um comunicado.

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Em sua versão dos eventos, os militares israelenses disseram que militantes do grupo Hezbollah, apoiado pelo Irã, dispararam mísseis antitanque contra as tropas israelenses, ferindo 25 deles. O ataque, segundo eles, ocorreu muito próximo a um posto da UNIFIL e um tanque que estava ajudando a evacuar os feridos sob fogo recuou em direção ao posto da UNIFIL.

“Não se trata de invadir uma base. Não estão tentando entrar em uma base. Foi um tanque sob fogo pesado, um evento com muitas vítimas, recuando para sair da linha de perigo”, disse o porta-voz internacional dos militares, Nadav Shoshani, aos repórteres.

Em um comunicado, os militares disseram que usaram uma cortina de fumaça para dar cobertura à evacuação dos soldados feridos, mas que suas ações não representavam perigo para a força de paz da ONU.

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Cinco soldados da força de paz foram feridos em uma série de ataques nos últimos dias, a maioria atribuída pela UNIFIL às forças israelenses.

A força da ONU disse que qualquer ataque deliberado contra as forças de paz é “uma grave violação do direito humanitário internacional e da Resolução 1701” que estabeleceu a missão.

Mais cedo no domingo, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu disse em uma declaração dirigida ao secretário-geral da ONU, António Guterres: “Chegou a hora de retirar a UNIFIL das fortalezas do Hezbollah e das zonas de combate”

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“As IDF solicitaram isso repetidamente e foram recusadas várias vezes, o que tem o efeito de fornecer escudos humanos aos terroristas do Hezbollah.”

O Hezbollah, que Israel vem combatendo em campo no sul do Líbano desde que lançou uma incursão no início deste mês, nega a acusação de Israel de que usa a proximidade das forças de paz como proteção.

O conflito entre Israel e o Hezbollah foi retomado há um ano, quando o grupo apoiado pelo Irã começou a disparar foguetes contra o norte de Israel em apoio ao Hamas no início da guerra de Gaza, e aumentou drasticamente nas últimas semanas.

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No domingo, um ataque de drone feriu pelo menos 20 pessoas na cidade de Binyamina, no norte de Israel, informou a televisão N12 News.

Missão de paz da ONU

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, normalmente uma das maiores apoiadoras de Israel entre os líderes da Europa Ocidental, conversou com Netanyahu por telefone no domingo e denunciou os ataques israelenses “inaceitáveis”, informou seu governo.

Netanyahu disse a Meloni que lamentava “qualquer dano causado à equipe da UNIFIL” no Líbano. “Israel fará todos os esforços para evitar baixas na UNIFIL e fará o que for necessário para vencer a guerra”, disse ele no X.

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A Itália tem mais de mil soldados na força de 10.000 membros da UNIFIL, o que a torna um dos maiores contribuintes de pessoal. França e Espanha, cada uma com cerca de 700 soldados na força, também condenaram os ataques israelenses.

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