Israel rejeita proposta de EUA e França para um cessar fogo no Líbano

Além do cessar-fogo no Líbano, os aliados ocidentais expressaram apoio a uma trégua em Gaza, de acordo com uma declaração conjunta dos países divulgada pela Casa Branca

Roberto de Lira

Fumaça emerge no sul do Líbano após ataques israelenses, em Tiro, no Líbano
- 23/09/2024 
(Foto: Aziz Taher/Reuters)
Fumaça emerge no sul do Líbano após ataques israelenses, em Tiro, no Líbano - 23/09/2024 (Foto: Aziz Taher/Reuters)

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O governo de Israel rejeitou nesta quinta-feira (26) uma proposta conjunta feita ontem por Estados Unidos, França e outros países aliados de um cessar-fogo imediato de 21 dias entre as forças israelenses e o grupo Hezbollah no Líbano. O gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu comunicou que as notícias sobre um cessar-fogo não são verdadeiras. “Esta é uma proposta franco-americana, à qual o primeiro-ministro nem respondeu”, diz a nota.

O ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, foi na mesma linha e declarou que “não haverá cessar-fogo no norte”, segundo o jornal The Times of Israel. “Continuaremos a lutar contra o grupo terrorista Hezbollah com força total até a vitória e o retorno dos moradores do norte às suas casas com segurança”, acrescentou Katz.

O ministro está atualmente está substituindo Netanyahu no país durante sua viagem deste aos EUA.

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Além do cessar-fogo no Líbano, os aliados ocidentais expressaram apoio a uma trégua em Gaza, de acordo com uma declaração conjunta dos países divulgada pela Casa Branca na quarta-feira, após uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU sobre o Líbano.

“A situação entre o Líbano e Israel desde 8 de outubro de 2023 é intolerável e apresenta um risco inaceitável de uma escalada regional mais ampla”, disse o comunicado, citando a data em que o Hezbollah começou a lançar ataques contra comunidades e postos militares do norte de Israel após os massacres de 7 de outubro de seu aliado Hamas no sul de Israel.

O enviado de Israel à ONU saudou o apelo e disse que Israel prefere uma solução diplomática. No entanto, ele alertou que Israel não hesitaria em usar a força se o acordo não atendesse às condições que permitiriam que os residentes israelenses retornassem com segurança às suas casas.

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Segundo os jornais locais, o primeiro-ministro instruiu as forças de defesa (IDF, na sigla em inglês)  a continuar a luta com força total”. Mais de 600 pessoas foram mortas e milhares ficaram feridas no Líbano desde que Israel iniciou uma intensa campanha de bombardeios na segunda-feira.

Cerca de 60.000 israelenses fugiram de suas casas no norte de Israel devido aos combates contínuos entre Israel, o Hezbollah e outras forças anti-israelenses baseadas no Líbano. No lado libanês da linha azul traçada pela ONU que separa os dois países, dezenas de milhares de libaneses também foram deslocados internamente.