Israel x Hezbollah: o que motivou os ataques do fim de semana? Veja explicação

Estopim do combate deste domingo aconteceu há mais de um mês, com o assassinato de Fuad Shukr, comandante sênior do grupo libanês Hezbollah

Maria Luiza Dourado

Foguetes lançados do Líbano são interceptados por defesa aérea de Israel na fronteira entre os dois países - 03/07/2024 (Foto: Ayal Margolin/Reuters)
Foguetes lançados do Líbano são interceptados por defesa aérea de Israel na fronteira entre os dois países - 03/07/2024 (Foto: Ayal Margolin/Reuters)

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O início desde domingo (25) foi marcado pela confirmação de uma ofensiva israelense contra o Líbano e o posterior lançamento de foguetes e drones libaneses contra Israel.

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O exército israelense admitiu ter atacado o Líbano com cerca de 100 jatos e interceptado drones inimigos, classificando a ação como “preventiva”, para evitar sofrer uma ofensiva libanesa ainda maior. Já o grupo libanês Hezbollah afirma ter disparado 320 mísseis Katyusha na direção de Israel e alega ter atingido 11 alvos militares.

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Agências relataram, durante esta manhã, ter sido possível ver mísseis cruzando o céu, explosões no horizonte e fumaça sobre as casas do município de Khiam, no sul do Líbano, e ouvir as sirenes de ataque aéreo em Israel.

Este é um dos maiores e mais importantes confrontos em mais de 10 meses de guerra no Oriente Médio. Isso porque qualquer escalada nesse combate específico tem potencial de transformar a guerra da Faixa de Gaza um confronto regional ao trazer o Irã, apoiador do Hezbollah, os Estados Unidos, principal aliado de Israel, para o palco de guerra.

O Hezbollah afirma que essa foi a primeira fase da retaliação contra Israel pelo assassinato de Fuad Shukr, seu comandante sênior, no fim de julho.

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Segundo fontes ligadas ao grupo, o Hezbollah adiou o movimento para “dar uma chance” às negociações de cessar-fogo em andamento em Gaza e evitar um conflito regional em larga escala, informou o portal britânico The Guardian. Apesar disso, o Líbano afirmou não planejar novos ataques no momento.

Do outro lado, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, alertou: “Este não é o fim da história.”, apesar do ministro israelense das Relações Exteriores ter dito que o país não procura uma guerra em larga escala.

Após os ataques deste domingo, três mortes foram confirmadas no Líbano e nenhuma em Israel, que afirma ter sofrido danos limitados. Segundo a Reuters, o Hezbollah afirma que dois militantes morreram hoje no vilarejo at-Tiri. Já o grupo muçulmano xiita Amal, aliado do Hezbollah, diz que o ataque matou um dos seus militantes na cidade de Khiam.

Maria Luiza Dourado

Repórter de Finanças do InfoMoney. É formada pela Cásper Líbero e possui especialização em Economia pela Fipe - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.