Israel classifica seis repórteres da Al Jazeera como militantes

Rede do Qatar condena "tentativa de silenciar os poucos jornalistas que restam na região"

Reuters

Israelenses se reúnem para marcar um ano desde o ataque de 7 de outubro pelo Hamas, em Tel Aviv, Israel - 07/10/2024 (Gonzalo Fuentes/Reuters)
Israelenses se reúnem para marcar um ano desde o ataque de 7 de outubro pelo Hamas, em Tel Aviv, Israel - 07/10/2024 (Gonzalo Fuentes/Reuters)

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O Exército de Israel classificou, nesta quarta-feira, seis palestinos em Gaza que trabalham como repórteres da Al Jazeera como membros dos grupos militantes Hamas e Jihad Islâmica, alegação que a rede do Qatar rejeita a aponta como uma tentativa de silenciar o seu trabalho jornalístico.

“A Al Jazeera condena as acusações israelenses contra seus jornalistas em Gaza e alerta contra (isto) ser uma justificativa para atacá-los”, disse a rede em comunicado.

O Exército israelense publicou documentos que diz ter encontrado em Gaza que supostamente provariam uma afiliação militar dos homens com os grupos alegados. A Reuters não pôde verificar imediatamente a autenticidade dos documentos.

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Segundo o Exército israelense, os papéis incluem listas do Hamas e da Jihad Islâmica com detalhes pessoais, salários e cursos de treinamento militar, listas telefônicas e relatórios de ferimentos.

“Esses documentos servem como prova da entrada de terroristas do Hamas dentro da rede de mídia Al Jazeera do Qatar”, afirmaram os israelenses.

A Al Jazeera declarou que “a rede vê essas acusações fabricadas como uma tentativa flagrante de silenciar os poucos jornalistas que restam na região, obscurecendo assim as duras realidades da guerra para o público em todo o mundo”.

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Há tempos Israel vem acusando a Al Jazeera de ser um porta-voz do Hamas e, no ano passado, suas autoridades ordenaram que ela encerrasse suas operações por motivos de segurança, invadiram seus escritórios e confiscaram equipamentos.

A Al Jazeera disse que as ações israelenses contra ela eram criminosas, draconianas e irresponsáveis e que as últimas alegações eram “parte de um padrão mais amplo de hostilidade” contra ela.

A rede afirma não ter nenhuma afiliação com grupos militantes e acusou as forças israelenses de matar deliberadamente vários de seus jornalistas na guerra de Gaza, incluindo Samer Abu Daqqa e Hamza AlDahdooh. Israel afirma que não tem jornalistas como alvo.

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O Catar criou a Al Jazeera em 1996 e vê a rede como uma forma de reforçar seu perfil global.

Juntamente com o Egito e os Estados Unidos, o país tem mediado as negociações de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, embora as conversações estejam paralisadas por meses.

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