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O Irã começa a escolher nesta sexta-feira (28) o sucessor do presidente Ebrahim Raisi, que morreu em maio num acidente de helicóptero. A disputa tem quatro candidatos – após a desistência de dois pleiteantes durante a semana – e não tem um favorito destacado, o que pode levar à realização de um segundo turno em 5 de julho.
Estão na disputa agora quatro candidatos, sendo que apenas um pode ser considerado reformista, ou moderado, o cirurgião Massoud Pezeshkian, que foi ministro da Saúde durante o governo Mohammad Khatami (1997-2005) e é deputado desde 2008.
Acredita-se que a fala de consenso entre os candidatos mais tradicionais pode render uma chance de Pezeshkian garantir ao menos um lugar no segundo turno.
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Os demais candidatos estão na ponta conservadora ou até radical do espectro político iraniano, sendo que os dois mais populares são Mohammad Baqer Ghalibaf e Saeed Jalili.
Ghalibaf está em sua quarta tentativa de comandar o poder Executivo do Irã. Ele é veterano da Guarda Revolucionária Islâmica e ex-prefeito de Teerã, ocupando agora do cargo de presidente do Parlamento.
Jalili é outro membro linha-dura da direita ideológica e atua como representante do líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, no Conselho Supremo de Segurança Nacional. Ele é um herói da guerra contra o Iraque que perdeu uma perna em combate e ganhou destaque em 2007, quando se tornou o principal negociador nuclear de Teerã.
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O único clérigo na disputa é Mostafa Pourmohammadi, que já foi ministro da Justiça.
A votação está aberta a cerca de 61 milhões de iranianos com 18 anos ou mais, mas há grande dúvida sobre o potencial de comparecimento, uma vez que a última eleição parlamentar, em março, teve adesão de apenas 41% do eleitorado.
Na eleição presidencial de 2021, que levou Ebrahim Raisi ao poder, apenas 48,8% das pessoas compareceram para votar.
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Embora a maior parte do poder no Irã esteja nas mãos do Líder Supremo (Khamenei), o presidente eleito é quem nomeia os membros do gabinete, propõe o orçamento e serve como mensageiro público do sistema.
O cargo dá ao seu mandatário a escolha de nome de vário órgão de decisão, como o Conselho Supremo de Segurança Nacional e o Conselho Supremo da Revolução Cultural, que define políticas sociais e culturais.