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O Irã responderá imediatamente e de forma decisiva se suas instalações nucleares forem atacadas, o que levaria a uma “guerra total na região”, disse o ministro das Relações Exteriores de Teerã à TV Al Jazeera em uma entrevista exibida na sexta-feira.
Um ataque de Israel e EUA às instalações nucleares iranianas seria “um dos maiores erros históricos que os EUA poderiam cometer”, afirmou Abbas Araqchi por meio de um tradutor.
Cresceram as preocupações entre os tomadores de decisão do Irã de que o presidente dos EUA, Donald Trump, poderia, em seu segundo mandato, dar poder ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para atacar as instalações nucleares do Irã e, ao mesmo tempo, endurecer ainda mais as sanções dos EUA sobre sua indústria petrolífera.
Essas preocupações, juntamente com o aumento da raiva no Irã em relação às condições econômicas, poderiam levar Teerã a se envolver em negociações com o governo Trump sobre o destino de seu programa nuclear em rápido avanço.
Araqchi sugeriu que os Estados Unidos poderiam liberar os fundos iranianos bloqueados como uma primeira etapa de construção de confiança entre os dois países hostis.
“Os ativos e fundos iranianos foram congelados em vários pontos pelos EUA (que) não cumpriram suas promessas anteriores (de liberá-los). Essas coisas podem ser feitas pelo governo dos EUA a fim de trazer confiança entre nós”, disse Araqchi.
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Em 2018, o então presidente Trump renegou o acordo nuclear de 2015 entre o Irã e um grupo de potências mundiais e reimpôs duras sanções dos EUA como parte de sua política de “pressão máxima” contra o país.
Em resposta, Teerã violou o acordo de várias maneiras, inclusive acelerando seu enriquecimento de urânio.
Trump prometeu voltar à política que adotou em seu mandato anterior, que buscava usar a pressão econômica para forçar o país a negociar um acordo sobre programa nuclear, programa de mísseis balísticos e atividades regionais.