Institutos de pesquisa sugerem manipulação no resultado das eleições na Geórgia

Diferenças entre boca de urna e resultados oficiais apontam para "manipulação", segundo a empresa de dados e pesquisas Edison Research

Reuters

Protesto contra resultado da eleição na Geórgia
 28/10/2024   REUTERS/Irakli Gedenidze
Protesto contra resultado da eleição na Geórgia 28/10/2024 REUTERS/Irakli Gedenidze

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TBILISI (Reuters) – Duas empresas de pesquisa dos Estados Unidos, encomendadas pelas forças de oposição da Geórgia, questionaram os resultados oficiais que mostraram que o partido governista Georgian Dream venceu a eleição parlamentar do último fim de semana no país do sul do Cáucaso, enquanto os partidos de oposição se preparavam para realizar um novo protesto na próxima semana.

A empresa norte-americana de dados e pesquisas Edison Research, encomendada pelo canal de televisão pró-oposição Formula, disse que as diferenças entre sua própria pesquisa de boca de urna e os resultados oficiais apontavam para uma “manipulação” da votação.

Na quinta-feira, a HarrisX, outro instituto de pesquisa dos EUA que realizou uma pesquisa de boca de urna para o canal de televisão pró-oposição Mtavari Arkhi, afirmou que os resultados oficiais eram “estatisticamente impossíveis”.

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Considerada fundamental para a ex-república soviética, a eleição ofereceu uma escolha entre uma maior integração europeia sob a oposição pró-ocidental ou laços mais estreitos com Moscou sob um partido governista que os críticos dizem ser cada vez mais autoritário.

Grupos de observadores, incluindo a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, com 57 países, afirmaram que violações como o enchimento de urnas, a intimidação de eleitores e o suborno podem ter influenciado a eleição, mas não chegaram a dizer que ela foi totalmente roubada. A Rússia negou ter interferido na eleição.

HarrisX e Edison previram que os quatro principais partidos de oposição da Geórgia teriam, juntos, uma maioria parlamentar. Uma terceira pesquisa de boca de urna, realizada pelo pesquisador georgiano GORBI para a rede de TV pró-governo Imedi, previu que o Georgian Dream obteria 56% dos votos.

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A presidente pró-ocidental da Geórgia denunciou a eleição como fraudulenta e milhares de pessoas se reuniram após a votação em Tbilisi, a capital, para expressar seu descontentamento e devem fazê-lo novamente na segunda-feira.

A comissão eleitoral da Geórgia afirmou que o partido governista Georgian Dream, considerado controlado pelo bilionário fundador Bidzina Ivanishvili, venceu com 54% dos votos.

O Georgian Dream, que aprofundou os laços com a Rússia e irritou o Ocidente ao aprovar leis que não agradam a Washington e Bruxelas, afirma que a eleição foi livre e justa.

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A pesquisa de boca de urna da Edison Research mostrou que o Georgian Dream obteve apenas 41% dos votos.

“A diferença de 13 pontos percentuais entre a estimativa da Edison e o resultado oficial de 54% para o Georgian Dream não pode ser explicada apenas pela variação normal e sugere uma manipulação da votação em nível local”, afirmou em um comunicado.