Influência de Macri nas escolhas do gabinete de Milei reduz chance de dolarização

Convite feito a Luis “Toto” Caputo para a Economia deve afastar Emilio Ocampo do BC; Patricia Bullrich assumirá pasta da Segurança

Roberto de Lira

Javier Milei, presidente eleito da Argentina (Foto: Tomas Cuesta/Getty Images
Javier Milei, presidente eleito da Argentina (Foto: Tomas Cuesta/Getty Images

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A escolha de nomes do futuro gabinete do próximo presidente da Argentina, Javier Milei, tem mostrado cada vez mais a influência do ex-presidente Mauricio Macri na gestão que começará em 10 de dezembro. A imprensa local revela que o ex-mandatário do Banco Central no governo macrista, Luis “Toto” Caputo, teria sido convidado para a pasta da Economia. E que Patricia Bullrich, que chefia o PRO (partido criado por Macri) será a ministra da Segurança, cargo que já exerceu no governo do antigo ocupante da Casa Rosada.

As reações dos aliados de primeira hora de Milei já apontam uma insatisfação com as escolhas. O jornal La Nación destaca que, na manhã desta sexta-feira (24), Carlos Rodríguez, o principal conselheiro econômico do libertário futuro presidente comunicou nas redes sociais sua “decisão inabalável de encerrar todo relacionamento formal, real ou presumido, de assessoria econômica no Liberdade Avança.

“Estão começando a me perguntar por que estou fazendo isso. Não sou consultado há meses. Eu tinha decidido há muito tempo. Hoje é o momento ideal, pois Javier nomeou o ministro da Economia e trocou o presidente do Banco Central”, explicou.

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Além de Caputo, ele se referia ao convite feito para que o economista e físico Demian Reidel assumisse o BC, no lugar do favorito anterior de Milei, Emilio Ocampo, que era o maior defensor da proposta de dolarizar a economia argentina.

É a chegada de “Toto” Caputo à Economia que tem sido mais comentada. Chamado anteriormente por Macri de “Messi das finanças”, ele foi ministro das Finanças de Macri e presidiu o BC quando foi negociado o acordo atualmente em vigência com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Foi demitido, ao que consta, a pedido da ex-chefe do FMI Christina Lagarde, insatisfeita com a falta de comunicação e transparência de Caputo nas negociações.

O afastamento de Rodríguez e a perda de Ocampo não foram as únicas baixa das escolhas originais de Milei em sua busca por um governo de coalizão. A aliada Carolina Píparo, um dos primeiros nomes anunciado pelo novo presidente, não será mais a futura chefe da Administração Nacional da Seguridade Social (Anses). Ela foi substituída por Osvaldo Giordano, ex-ministro da Economia de Juan Schiaretti, candidato derrotado e que pertence ao Partido Justicialista.

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Em comunicado oficial nesta manhã, o escritório do presidente eleito confirmou a escolha de Giordano, bem como a indicação do engenheiro Horacio Marin para presidir a petrolífera YPF.

O texto informou ainda que a intenção de fechar o Banco Central “não é um assunto negociável”, mas não foi feita nenhuma menção à dolarização.

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