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A Índia se prepara para suas eleições parlamentares, a partir de 19 de abril, naquela que é, de longe, a maior disputa política do mundo. Cerca de 969 milhões de pessoas estão aptas a depositar seus votos no processo, mais que a população inteira da Europa.
Assim como aconteceu em 2019, espera-se que o partido Bharatiya Janata (BJP, na sigla em inglês) não só vença como amplie sua dominância no Parlamento, reconduzindo assim o populista Narendra Modi para um terceiro mandato como primeiro-ministro.
A dimensão e os detalhes do processo eleitoral indiano têm muitas peculiaridades e o InfoMoney – o maior e mais completo ecossistema de comunicação especializado em mercados, investimentos e negócios do país – compilou algumas delas para entender como funciona a “maior democracia do planeta”.
Quantas pessoas votam?
Oficialmente, 969 milhões de eleitores estão autorizados a votar, de uma população total de 1,4 bilhão de pessoas. Em 2019, compareceram às urnas 612 milhões de pessoas, uma participação eleitoral recorde de 67,4%. A participação das mulheres também aumentou, para um histórico de 67,18% no último pleito.
O que está em disputa?
A Índia vai preencher os 543 assentos da Lok Sabha (a Câmara Baixa do país). Outros dois membros são indicados, totalizando 545 na Casa. Um partido ou coligação precisa de pelo menos 272 assentos para formar um governo – o BJP e aliados estão hoje com 353 assentos e o 1º ministro Modi prevê elevar a vantagem para ao menos 400.
Partidos e candidatos
A Índia tem mais de 2.600 partidos políticos registados e cada um recebe um símbolo – o BJP é representado por uma flor de lótus e o principal partido da oposição é reconhecido pela figura de uma mão, enquanto outros usam imagens como elefante, bicicleta, pente ou flecha. Estas medidas ajudam os eleitores a identificar facilmente os candidatos, num país onde quase um quarto da população não é alfabetizada. Em 2019, 8.054 candidatos, incluindo 3.461 independentes, disputaram as eleições.
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Custo
Está será provavelmente a eleição mais cara do mundo. Os gastos dos partidos políticos e dos candidatos para atrair eleitores estão orçados em mais de 1,2 bilhão de rúpias (cerca de US$ 14,4 bilhões). Isso será o dobro do que foi gasto nas eleições de 2019. Os gastos totais nas eleições presidenciais e parlamentares dos EUA em 2020 somaram os mesmos US$ 14,4 bilhões. Na Índia, como a maior parte dos gastos eleitorais não é divulgada publicamente, são comuns as denúncias de tentativas de compra de votos, com dinheiro, álcool e roupas.
Período
O processo eleitoral começou oficialmente no dia 16 de março, com a divulgação do calendário, e continuará por 82 dias, até que os resultados sejam anunciados, em 4 de junho. A votação ocorrerá em sete fases, sendo a primeira em 19 de abril (as outras datas são 26 de abril, 7 de maio, 13 de maio, 20 de maio, 25 de maio e 1º de junho). O primeiro-ministro fica proibido de lançar novos programas nesse período, para não influenciar os votos.
Exército de funcionários
A Comissão Eleitoral irá mobilizar cerca de 15 milhões de funcionários eleitorais e pessoal de segurança para conduzir as eleições. Eles terão de atravessar geleiras e desertos, vão montar em elefantes e camelos e viajar em barcos e helicópteros para garantir que todos os eleitores possam votar. Serão disponibilizadas 5,5 milhões de urnas eletrônicas, em 1,05 milhão de locais de votação.
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Outras curiosidades
A maior distância percorrida pelos funcionários em 2019 foi de 482 quilômetros, para montar uma cabine de votação para um único eleitor no estado de Arunachal Pradesh, no nordeste do país. A operação foi estratégica porque a área faz fronteira com a China, que disputa a soberania do território. As autoridades também montaram uma cabine de votação a 4.650 metros de altura em um vilarejo no estado de Himachal Pradesh, no norte do país, naquele que ficou conhecido como o local de votação mais alto do mundo.
(Fontes: Al Jazeera, The Times of India, BBC e NPR)