Ilha do Pacífico vende cidadania por R$ 600 mil — e para garantir sua sobrevivência

Dentre as vantagens do passaporte, está o acesso sem visto a 89 países, incluindo o Reino Unido, Hong Kong, Cingapura e os Emirados Árabes Unidos

Camille Bocanegra

(Wikimedia Commons)
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Já pensou em morar, como cidadão, em uma ilha no sudoeste do Oceano Pacífico? Agora, por R$ 600 mil (US$ 105 mil), é possível comprar a cidadania de Nauru, uma nação insular que abrange apenas 20 km², segundo a CNN. O objetivo da venda de “passaportes dourados” no terceiro menor país do mundo é garantir sua sobrevivência.

A ilha, que pode ser considerada geograficamente baixa e vulnerável, busca arrecadar dinheiro para financiar ações climáticas, vendendo vistos para pessoas endinheiradas. Nauru enfrenta uma ameaça existencial devido ao aumento do nível do mar, ressacas e erosão costeira à medida que o planeta aquece.

Dentre as vantagens do passaporte, está o acesso sem visto a 89 países, incluindo o Reino Unido, Hong Kong, Cingapura e os Emirados Árabes Unidos.

A intenção do governo é que, com os fundos arrecadados, cerca de 90% da população possa ser realocada para outras áreas. A ilha hoje tem cerca de 12.500 habitantes, e o plano é que grande parte da população seja deslocada para áreas mais altas.

“Enquanto o mundo debate sobre a ação climática, devemos tomar medidas proativas para garantir o futuro da nossa nação”, disse o presidente de Nauru, David Adeang, à CNN.

A expectativa do país é arrecadar cerca de R$ 32 milhões com o programa no seu primeiro ano, eventualmente escalando isso para cerca de R$ 240 milhões por ano, o que deve representar cerca de 19% da receita do governo.

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O programa será desenvolvido gradualmente “à medida que avaliamos quaisquer consequências não intencionais ou impactos negativos”, disse Edward Clark, CEO do Programa de Cidadania de Resiliência Econômica e Climática de Nauru.