Hong Kong condena à prisão por rebelião dois editores de site de notícias já extinto

O site Stand News, que teve uma cobertura ativa dos protestos pela democracia em 2019 foi extinto pelas autoridades em 2021

Roberto de Lira

Bandeira da China no distrito financeiro de Hong Kong  (Foto: Tyrone Siu/Reuters)
Bandeira da China no distrito financeiro de Hong Kong (Foto: Tyrone Siu/Reuters)

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Um tribunal de Hong Kong, sob controle da China, condenou nesta quinta-feira um serviço de notícias online que já foi extinto e dois de seus ex-editores por conspiração para publicar artigos sediciosos, nas primeira condenações desse tipo desde a adoção de uma nova lei de segurança nacional na cidade há quatro anos.

O Tribunal Distrital considerou que o Stand News era uma plataforma usada para fomentar o ódio contra Pequim e que o editor Chung Pui-kuen, de 54 anos, e o editor interino Patrick Lam Shiu-tung, de 36 anos, aprovaram conscientemente 11 artigos considerados ilegais ou foram imprudentes sobre as consequências de suas ações.

O Stand News fez uma cobertura ativa dos protestos pela democracia que varreram a cidade em 2019, com seu repórteres enfrentando muitas vezes ataques com spray de pimenta e gás lacrimogêneo para documentar as manifestações.

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O The Wall Street Journal lembra que o site acabou até por documentar sua própria extinção. Quando polícia foi até sua sede em 2021 para prender jornalistas, um deles ligou sua câmera de vídeo e começou a transmitir sua conversa com os policiais na porta. As autoridade invadiram o prédio e cortaram a transmissão, levando-o sob custódia.

O juiz Kwok Wai-kin também condenou a holding do Stand News, Best Pencil HK, com base no fato de que sua “intenção criminosa” se manifestou por meio das decisões editoriais do serviço do portal. O tribunal também considerou ainda que o cofundador da Stand News, Tony Tsoi Tung-ho, que não era réu no julgamento, responsável por conspirar para publicar artigos sediciosos no popular site.

Segundo o jornal The South China Morning Post, o Stand News é o primeiro meio de comunicação a ser acusado de sedição desde que o jornal pró-Pequim Ta Kung Pao publicou uma reportagem difamando o governo colonial britânico em 1952.

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