Hamas diz que está estudando proposta de cessar-fogo de Israel

Al-Hayya afirmou que o Hamas deporia as armas se um Estado palestino fosse estabelecido ao longo das fronteiras anteriores a 1967

Bloomberg

Destruição após um ataque israelense no sul da Faixa de Gaza (Fadi Shana/Reuters)
Destruição após um ataque israelense no sul da Faixa de Gaza (Fadi Shana/Reuters)

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O Hamas disse que examinará a mais recente contraproposta israelense sobre um cessar-fogo em Gaza e a libertação de reféns, enquanto Israel continua os preparativos para uma nova grande ofensiva.

A proposta é uma resposta à posição do grupo terrorista entregue aos mediadores em 13 de abril, disse o alto funcionário do Hamas, Khalil Al-Hayya, em um comunicado. O Hamas enviará uma resposta assim que terminar de estudá-la, disse ele, sem oferecer um cronograma específico.

No início desta semana, os EUA e outras 17 nações pressionaram o Hamas a libertar todos os reféns, incluindo seus próprios cidadãos detidos em Gaza, em uma tentativa de reviver as negociações de cessar-fogo que estagnaram nas últimas semanas e desbloquear mais ajuda humanitária para o enclave costeiro. O Hamas é considerado uma organização terrorista pelos EUA, pela UE e outros.

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O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, está sob crescente pressão para chegar a uma trégua com o grupo militante palestino em meio a preocupações internacionais sobre seus planos de um ataque à cidade de Rafah, no sul de Gaza, onde um milhão de refugiados estão abrigados. Os protestos dentro de Israel contra o destino dos reféns também estão aumentando.

Israel disse a uma delegação egípcia que visitou na sexta-feira (26) que fez concessões significativas e que a última oferta representa uma “oportunidade de última hora” para um acordo antes de entrar em Rafah, informou o Canal 12, citando um alto funcionário israelense que não foi identificado.

Os EUA têm buscado um cessar-fogo temporário em Gaza que permita ao Hamas libertar reféns mulheres, feridos, idosos e doentes em troca da libertação de prisioneiros palestinos e de uma onda de ajuda humanitária. Nas fases seguintes, os cativos restantes – incluindo os corpos dos que morreram – poderiam ser libertados sob um processo que, segundo as autoridades americanas, deve acabar com os combates.

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As negociações em curso entre Israel e o Hamas foram mediadas pelos EUA, Egito e Catar.

Separadamente, a Arábia Saudita planeja sediar conversas na segunda-feira (29), para discutir o futuro de Gaza. O secretário de Estado americano, Antony Blinken, deve comparecer e visitar Israel um dia depois.

Al-Hayya disse à Associated Press na quarta-feira (24) que o Hamas deporia as armas se um Estado palestino fosse estabelecido ao longo das fronteiras anteriores a 1967. Ele insistiu que não recuaria de suas exigências pelo fim da guerra em Gaza e pela retirada total das forças israelenses, o que Israel recusou.

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Israel vem realizando uma ofensiva devastadora em Gaza desde que combatentes do Hamas cruzaram a fronteira em 7 de outubro, matando cerca de 1.200 pessoas. O grupo sequestrou outros 250, dos quais mais de 130 permanecem dentro de Gaza, alguns deles mortos.

Mais de 34.000 palestinos morreram, de acordo com as autoridades de saúde administradas pelo Hamas, que não distinguem entre vítimas militares e civis.

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