Grupos de extrema-direita do Reino Unido atacam mesquita e ferem policiais

Multidão interrompeu vigília no local onde três meninas foram mortas nesta semana; instigados pelas redes sociais, manifestantes acreditaram que agressor é muçulmano, mas polícia informou que ele é do País de Gales

Equipe InfoMoney

Mesquita da Sociedade Islâmica de Southport, após protesto violento contra o assassinato de meninas numa escola de dança 31/07/2024 (Foto: Temilade Adelaja/Reuters)
Mesquita da Sociedade Islâmica de Southport, após protesto violento contra o assassinato de meninas numa escola de dança 31/07/2024 (Foto: Temilade Adelaja/Reuters)

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Uma multidão insuflada por grupos de extrema-direita do Reino Unido cometeu atos de agressão e vandalismo na noite de terça-feira (30), em Southport, ferindo mais 50 policiais que tentaram impedir a invasão de uma mesquita.

Os ataques ocorreram durante uma vigília da população no local onde um jovem praticou um ataque a facadas contra meninas que estavam em uma aula de dança com tema de Taylor Swift.

Posts em redes sociais apontaram que o jovem de 17 anos preso após matar três meninas de 6, 7 e 9 anos e ferir outras 8 seria de origem muçulmana, mas as autoridades policiais já disseram que ele é natural do país de Gales, embora sua identidade não tenha sido revelada.

Segundo os jornais britânicos, policiais foram apedrejados com tijolos e uma van da polícia incendiada durante os distúrbios. A polícia de Merseyside disse suspeitar que a violência tenha envolvido integrantes da organização Liga de Defesa Inglesa (EDL, na sigla em inglês).

De acordo com relatos da reportagem do The Guardian, centenas de pessoas participavam de uma vigília pacífica na noite de terça-feira do lado de fora do centro de artes Atkinson, onde o jovem atacou as crianças.

Mas a vigília foi seguida por um protesto de extrema-direita do lado de fora de uma mesquita local, que rapidamente se tornou num ato violento.

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Os manifestantes se reuniram na área ao redor da Hart Street, onde ocorreram os assassinatos e passaram a entoar slogans islamofóbicos, gritando “não se renda”, “inglês até eu morrer” e “queremos nosso país de volta” enquanto um helicóptero da polícia sobrevoava o local.

Com a violência e tentativa de invasão da mesquita, a polícia reagiu com gás lacrimogêneo contra os manifestantes que cobriam seus rostos.