Vai viajar para Buenos Aires? Greve da Aerolíneas Argentinas deve afetar até 300 voos

Pilotos e tripulantes vão paralisar atividades até sábado, prejudicando cerca de 37 mil usuários nacionais e internacionais; sindicatos dizem que salários estão até 75% defasados e temem privatização

Roberto de Lira

Avião da Aerolíneas Argentinas (Foto: Reprodução Instagram/@aerolineas_argentinas)
Avião da Aerolíneas Argentinas (Foto: Reprodução Instagram/@aerolineas_argentinas)

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A Argentina está à beira de um caos aéreo nesta sexta-feira (13), para quando está marcada uma greve de 24 horas dos pilotos e tripulantes da Aerolíneas Argentinas. A paralisação, que deve se estender do meio-dia da sexta até as 12 horas do sábado deve suspender até 300 voos nos aeroportos Aeroparque e Ezeiza, afetando cerca de 37 mil passageiros, segundo as últimas estimativas.

A companhia aérea começou hoje a notificar os passageiros que promoverá a troca de passagens sem custo para os usuários afetados em todo o país e no exterior.

A greve foi decidida na quarta-feira em assembleia conjunta da Associação Argentina de Operadores de Aeronaves (AAA) e da Associação de Pilotos de Linha Aérea (APLA), os dois mais fortes sindicatos da categoria.

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Ao jornal Ámbito Financiero, o líder sindicalista dos pilotos Pablo Biró afirmou que a categoria tem um atraso salarial de 75% e que vários trabalhadores abaixo da linha da pobreza”. Para ele, o governo quer desestabilizar a empresa para permitir sua privatização.

Nesta quinta-feira, o secretário de Transportes, Franco Mogetta, disse que “o que incomoda a casta sindical é que estamos acabando com seus privilégios”.

“Com essas medidas, esses sindicatos vão derreter a companhia aérea, querem pegar a empresa e depois culpar o governo. É incomum, eles estão destruindo a empresa que afirmam defender, mas as pessoas já sabem quem são os verdadeiros culpados”, disse ao jornal La Nación.

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Privatização?

A publicação lembrou que, embora a Aerolíneas Argentinas não tenha sido incluída no pacote de empresas privatizáveis da Lei de Bases, Fabián Lombardo, o presidente da empresa, reconheceu que existem empresas internacionais “interessadas” em saber como esse processo continua, ao mesmo tempo em que o deputado Hernán Lombardi apresentou um projeto de desestatização.

“Projetamos uma privatização com base no que aconteceu no passado. Hoje, a indústria evoluiu muito. Aqueles que estão interessados em Aerolíneas Argentinas são grupos de navegação aérea comercial. Há empresas internacionais interessadas na empresa e sei disso porque me ligaram e me disseram, estão interessadas em saber como a privatização continua”, disse Lombardo na terça-feira, em diálogo com a rádio La Red.

“O mercado interno argentino é muito interessante. O Congresso dirá mais tarde, mas estamos trabalhando nessa direção”, disse o executivo da companhia aérea.

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Nesse contexto, ele acrescentou que o caminho é a privatização. “A posição do governo é muito clara. Não entrou na Lei de Bases, mas a Aerolíneas tem que reduzir seus custos. Temos que trabalhar para ter uma empresa ordenada para aqueles que querem vir e comprá-la.”