Governo Milei acusa Venezuela de fechar o espaço aéreo para aviões argentinos

Medida seria retaliação à decisão do governo argentino de permitir o confisco de um Boeing 747 venezuelano, que teria sido comprado do Irã, que sofre sanções pelos EUA

Roberto de Lira

O presidente da Argentina, Javier Milei (Tomas Cuesta/Getty Images)
O presidente da Argentina, Javier Milei (Tomas Cuesta/Getty Images)

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As escaramuças entre os presidentes da Venezuela, o esquerdista Nicolás Maduro, e da Argentina, o ultraliberal Javier Milei, não param. Os argentinos agora acusam o governo venezuelano de ter fechado seu espaço aéreo para aviões registrados na Argentina.

Nesta manhã, o porta-voz do presidente Milei, Manuel Adorni, confirmou que o país iniciou ações diplomáticas contra a Venezuela, após a decisão de Maduro de proibir o uso do espaço aéreo por aeronaves argentinas.

“Isso faz parte de uma retaliação que a Venezuela tomou porque a Argentina aceitou a ordem de confiscar o avião da Emtrasur Cargo, ligado à Guarda Revolucionária Islâmica do Irã. A Argentina não se permitirá ser extorquida por amigos do terrorismo.”

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Adorni se referiu a um caso que se arrastava desde 2022 e que foi resolvido por Milei já no início do seu mandato. A pedido do FBI americano um Boeing 747 da empresa venezuelana Emtrasur ficou retido na Argentina por suspeitas de que teria sido adquirido numa operação triangulada com os Emirados Árabes para burlar as sanções americanas ao Irã.

Segundo as investigações, o avião, que trazia peças automotivas da Volkswagen do México, tinha entre seus tripulantes vários membros da diretoria da Mahan Air, empresa aérea iraniana que está sob sanções dos EUA, por transportar armas para grupos paramilitares.

Após meses parada no Aeroparque, o governo de Milei autorizou em fevereiro um pedido de confisco da aeronave feito pelos EUA. Irritado, Maduro disse em discurso que Argentina e EUA tinham roubado o avião, que inclusive já foi desmontado.

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A decisão venezuelana de cancelar voos, que não foi anunciada oficialmente, começou a afetar as operações da Aerolíneas Argentinas em suas rotas para o Aeroporto Internacional John F. Kennedy, Miami e Punta Cana, segundo o jornal La Nación.