Governistas da África do Sul admitem coalizão, mas sem trocar presidente Ramaphosa

Partido foi punido pelos eleitores por seu histórico irregular na eleição da semana passada e perdeu a maioria no Parlamento; nesta semana, sinalizou que tentará formar um governo de unidade nacional

Reuters

Membros do Comitê Executivo Nacional do partido governista sul-africano CNA em Boksburgo, a leste de Johanesburgo - 06/06/2024 (Foto: Siphiwe Sibeko/Reuters)
Membros do Comitê Executivo Nacional do partido governista sul-africano CNA em Boksburgo, a leste de Johanesburgo - 06/06/2024 (Foto: Siphiwe Sibeko/Reuters)

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Johanesburgo (Reuters) – Os líderes do partido Congresso Nacional Africano (CNA) realizam discussões nesta quinta-feira (6) para tentar chegar a um acordo sobre possíveis parceiros na formação de um novo governo sul-africano, depois que o grupo perdeu sua maioria parlamentar pela primeira vez na era democrática do país.

O CNA disse na quarta-feira que não conversará com ninguém que exija a renúncia do presidente Cyril Ramaphosa como condição para participar de uma aliança.

O antigo movimento de libertação governa a África do Sul desde que chegou ao poder com Nelson Mandela no comando, na eleição de 1994 que marcou o fim do apartheid, mas foi punido por seu histórico irregular na eleição da semana passada.

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Embora ainda seja o maior partido do país, o CNA não pode mais governar sozinho e sinalizou que tentará formar um governo de unidade nacional com uma ampla gama de partidos.

“Este é um momento para mentes sóbrias”, disse o secretário-geral do CNA, Fikile Mbalula, enquanto os membros do Comitê Executivo Nacional do partido se reuniam em Johanesburgo para um dia de discussões.

“Não estamos lidando com as discussões do ponto de vista de nos fecharmos em uma única opção. Estamos analisando todas as opções”, disse ele aos repórteres.

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Mbalula disse que o presidente da África do Sul e líder do CNA, Cyril Ramaphosa, revelará a decisão do comitê em um discurso.

A África do Sul tem enfrentado dificuldades com o crescimento econômico lento, altos níveis de pobreza e desemprego, uma persistente divisão racial de riqueza, grave escassez de energia e corrupção política.

A matemática eleitoral criou uma situação complexa para o CNA, que terá 159 das 400 cadeiras da nova Assembleia Nacional.

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Seus rivais mais próximos são os liberais da Aliança Democrática (AD), com 87 assentos, o populista uMkhonto we Sizwe, liderado pelo ex-presidente Jacob Zuma, com 58, e os marxistas do Combatentes da Liberdade Econômica, com 39.

O novo Parlamento deve se reunir dentro de duas semanas após a proclamação dos resultados e um de seus primeiros atos deve ser a eleição do presidente.

As opções podem incluir um governo de coalizão, um governo minoritário do CNA com apoio de outros partidos em votações importantes em troca de concessões políticas ou um governo de unidade nacional. “Nós nos comprometemos com todos e estamos conversando até com partidos menores. Queremos trazer todos a bordo”, disse Mbalula.