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Dubai (Reuters) – O líder supremo do Irã liderou orações em Teerã nesta quarta-feira no funeral do falecido presidente Ebrahim Raisi, à medida que o establishment clerical se apressa para organizar uma eleição antecipada que pode corroer ainda mais sua legitimidade em meio à crescente insatisfação popular.
A votação de 28 de junho para substituir Raisi, morto em um acidente de helicóptero no domingo, precisará galvanizar uma população que demonstrou pouco interesse na eleição de 2021, que levou o clérigo linha-dura à presidência, um papel que supervisiona o governo no cotidiano.
Raisi morreu em um momento de agravamento das tensões entre a liderança clerical e a sociedade, deterioradas pelo aumento dos controles políticos e sociais e pela piora da economia.
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Um número cada vez maior de eleitores tem evitado os pleitos recentes, um sinal preocupante para a liderança, que vê o comparecimento às urnas como um teste de credibilidade para a República Islâmica de 45 anos.
“O establishment não tem opções para garantir um alto comparecimento em um período tão curto”, disse uma ex-autoridade iraniana, que pediu para não ser identificada devido à sensibilidade do assunto.
“As pessoas estão extremamente insatisfeitas com o estado da economia, muitas outras estão furiosas com as restrições sociais e a falta de opções eleitorais pode resultar em um baixo comparecimento.”
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A TV estatal mostrou o líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, liderando as orações enquanto dezenas de milhares de pessoas em luto lotavam as ruas no funeral em Teerã, que será transferido para a cidade natal do clérigo, Mashhad, no leste no país, para o enterro na quinta-feira.
O caixão de Raisi, bem como os do ministro das Relações Exteriores, Hossein Amirabdollahian, e de outras autoridades que morreram ao lado do presidente no acidente de domingo perto da fronteira com o Azerbaijão, foram passados sobre as cabeças dos enlutados, que choravam.
Um morador de Teerã disse que muitas pessoas receberam uma mensagem de texto em seus telefones, convocando-as a “comparecer ao funeral do mártir do serviço”.
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O Irã proclamou cinco dias de luto por Raisi, que adotou as políticas de linha dura de seu mentor Khamenei, com o objetivo de consolidar o poder clerical, reprimir os oponentes e adotar uma linha dura em questões de política externa, como negociações com Washington sobre o programa nuclear iraniano.
Mais de 40 delegações estrangeiras de alto escalão nos níveis de chefe de Estado, ministros das Relações Exteriores e chefes de Parlamento participarão da cerimônia em Teerã esta quarta-feira, informou a agência de notícias semi-oficial iraniana Fars.