Finlândia manda pandas gigantes de volta à China porque são muito caros para manter

A China envia pandas para zoológicos estrangeiros para fortalecer laços comerciais, consolidar relações exteriores e melhorar sua imagem

Equipe InfoMoney

Um dos pandas do zoológico de Ähtäri, na Finlândia (Ninara/Wikimedia Commons)
Um dos pandas do zoológico de Ähtäri, na Finlândia (Ninara/Wikimedia Commons)

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Um zoológico na Finlândia usou a inflação alta e os custos de manutenção como justificativa para sua decisão de mandar dois pandas gigantes de volta à China, mais de oito anos antes da data prevista para o retorno.

Os pandas, chamados Lumi e Pyry, foram levados para a Finlândia em janeiro de 2018, meses após a visita do presidente chinês Xi Jinping ao país da Escandinávia, onde ele assinou um tratado conjunto sobre a proteção dos animais.

O acordo previa uma estadia de 15 anos nos pandas na Finlândia, mas, em vez disso, os pandas entrarão em uma quarentena de um mês antes de serem enviados de volta à China, de acordo com o zoológico de Ähtäri, onde os pandas atualmente vivem.

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O zoológico privado investiu € 8 milhões (cerca de R$ 49 milhões) no local montado para os animais viverem e gastava € 1,5 milhão (R$ 9 milhões) por ano para sua manutenção, incluindo uma taxa de preservação paga à China, disse Risto Sivonen, presidente do Ähtäri, à agência de notícias Reuters.

Desde sua fundação em 1949, a República Popular da China enviou pandas para zoológicos estrangeiros para fortalecer laços comerciais, consolidar relações exteriores e melhorar sua imagem internacional.

O zoológico esperava que os pandas atraíssem visitantes para a cidade no centro da Finlândia. Em vez disso, acumulou dívidas à medida que a pandemia restringiu as viagens e visitações.

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A inflação crescente aumentou os custos, disse o zoológico, e o governo da Finlândia rejeitou em 2023 pedidos de financiamento estatal. Ao todo, as negociações para devolver os animais duraram três anos, disse Sivonen.

O retorno dos pandas foi uma decisão comercial tomada pelo zoológico, que não envolveu o governo da Finlândia e não deve impactar as relações entre os dois países, disse um porta-voz do ministério das Relações Exteriores da Finlândia.

Apesar dos esforços da China para ajudar o zoológico, os dois países, no final, concluíram em conjunto, após consultas amigáveis, que os pandas deveriam ser retornados, disse a embaixada chinesa em Helsinque em uma declaração à Reuters.