Extrema-direita da França não deve alcançar maioria no 2º turno, diz pesquisa

Levantamento indica que os esforços dos principais partidos franceses para bloquear a extrema-direita podem funcionar

Reuters

Pessoas protestam contra o partido francês de extrema-direitaReunião Nacional (RN), em Paris
03/07/2024
REUTERS/Yara Nardi
Pessoas protestam contra o partido francês de extrema-direitaReunião Nacional (RN), em Paris 03/07/2024 REUTERS/Yara Nardi

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O partido Reunião Nacional (RN), de Marine Le Pen, não conquistará uma maioria dos assentos parlamentares no segundo turno da eleição do próximo domingo (7) na França, segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira (3), sugerindo que os esforços dos principais partidos franceses para bloquear a extrema-direita podem funcionar.

Uma pesquisa da Harris Interactive para a revista Challenges — a primeira a ser publicada após políticos de todas as linhas partidárias formarem uma frente anti-RN — mostrou que o RN não alcançará as 289 cadeiras necessárias para controlar a Assembleia Nacional de 577 lugares.

O RN e seus aliados devem obter entre 190 a 220 assentos, de acordo com a pesquisa, enquanto o partido de centro-direita Os Republicanos (LR, na sigla em francês) ganhará de 30 a 50 assentos. Isso pode excluir a possibilidade de um governo minoritário de extrema-direita apoiado por parte do grupo parlamentar do LR.

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“O resultado das desistências é um claro retrocesso para o RN”, escreveu o repórter do Challenges, Rémi Clément, no X.

A pesquisa foi publicada depois de mais de 200 candidatos de todo o espectro político retirarem suas candidaturas, abrindo caminho a quem está em melhor posição, para derrotar o representante do RN em seu distrito eleitoral, em um processo conhecido como “frente republicana”.

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Antes das desistências, pesquisadores haviam calculado que o primeiro turno colocaria o RN no caminho certo para 250 a 300 cadeiras.

Questionada se teme que o RN fique aquém do número de 289 assentos necessários para uma maioria absoluta, Le Pen disse à TF1 TV: “Não, estou muito confiante. O povo francês tem um desejo real de mudança”.

Após as desistências, ainda há 92 disputas com três ou quatro candidatos restantes, de acordo com uma contagem da Reuters. Os pleitos com pelo menos três frentes favorecem o RN, enquanto as disputas com duas alternativas são vistas como melhores para a aliança anti-RN, dizem especialistas.

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A pesquisa Harris mostrou que a aliança de esquerda Nova Frente Popular deve conquistar de 159 a 183 cadeiras, enquanto a aliança Juntos, do presidente Emmanuel Macron, deve ganhar apenas de 110 a 135 cadeiras.

Vários outros partidos devem conquistar de 17 a 31 cadeiras.

O primeiro-ministro francês Gabriel Attal, aliado próximo de Macron, disse mais cedo nesta quarta-feira acreditar que a tentativa de partidos de privar o RN de uma maioria pode ser bem-sucedida.

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A questão continua sendo se os eleitores aceitarão o esforço para bloquear o RN. Eleitores centristas podem se recusar a apoiar um rival de extrema-esquerda do RN, enquanto muitos apoiadores da esquerda estão tão desiludidos com Macron que não suportarão apoiar alguém de sua aliança.

Le Pen disse que pode entrar em contato com outros partidos caso o RN não obtenha a maioria absoluta. Seu escolhido para o cargo de primeiro-ministro, Jordan Bardella, tem dito que se recusará a formar um governo sem um mandato suficientemente forte.

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