Executivos de Wall Street estão preocupados com Trump, mas desconfiados de Kamala

Executivos estão avaliando as políticas econômicas centrais e as ramificações para as instituições legais e democráticas

Reuters

O candidato republicano à presidência, ex-presidente dos EUA Donald Trump, fala enquanto a candidata democrata à presidência, vice-presidente dos EUA Kamala Harris, escuta, durante um debate presidencial organizado pela ABC em Filadélfia, Pensilvânia, EUA, 10 de setembro de 2024. REUTERS/Brian Snyder
O candidato republicano à presidência, ex-presidente dos EUA Donald Trump, fala enquanto a candidata democrata à presidência, vice-presidente dos EUA Kamala Harris, escuta, durante um debate presidencial organizado pela ABC em Filadélfia, Pensilvânia, EUA, 10 de setembro de 2024. REUTERS/Brian Snyder

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Muitos executivos de Wall Street têm reservas quanto ao apoio a qualquer um dos candidatos na eleição presidencial dos Estados Unidos, preocupados que as políticas do ex-presidente Donald Trump prejudiquem a economia, mas desconfiados de que a vice-presidente, Kamala Harris, se inclinará muito para a esquerda.

Embora vários figurões de Wall Street, incluindo Bill Ackman, John Paulson e George Soros, tenham escolhido um candidato, muitos outros executivos ainda estão avaliando as políticas econômicas centrais e as ramificações para as instituições legais e democráticas, de acordo com conversas com duas dúzias de executivos nas últimas semanas.

Apesar de um histórico de implementação de medidas favoráveis a Wall Street, as políticas do candidato republicano Trump ameaçam criar instabilidade econômica e política, segundo muitos executivos.

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Kamala seria uma direção segura, mas ela só é a candidata democrata desde o final de julho, quando o presidente Joe Biden desistiu da disputa, e continua sendo uma grande incógnita, disseram. Muitos temem que a vice-presidente dê continuidade à repressão regulatória de Biden a negócios lucrativos de Wall Street.

Entre os executivos, estão republicanos e democratas, incluindo alguns que estão apoiando publicamente Trump ou Kamala, e outros sem nenhuma afiliação partidária óbvia.

“A maioria espera que Trump continue de onde parou, o que certamente é mais populista, protecionista e agressivamente desregulamentador”, disse Bruce Mehlman, sócio da empresa de lobby bipartidária Mehlman Consulting, com clientes em todos os setores.

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“Mas eles estão ansiosos para entender melhor quem é Kamala e no que ela acredita”, disse Mehlman, acrescentando que não parece que o discurso econômico de Kamala na última quarta-feira tenha oferecido mais informações para as empresas de Wall Street.

Assim como em sua primeira Presidência, Trump está prometendo cortar impostos e regulamentações, mas a maioria dos executivos disse que os benefícios poderiam ser anulados pelo seu plano de tarifas de importação, que poderiam provocar inflação, e os cortes de impostos potencialmente aumentariam o déficit dos EUA.

Paulson, investidor bilionário e apoiador de Trump, disse à Reuters durante um evento em Nova York em setembro, no qual Trump delineou seu plano econômico, que as tarifas aumentariam as receitas, ajudando a reduzir o déficit.

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O plano de Kamala, que, segundo analistas, seria melhor para a economia, defende aumento dos impostos, o que provavelmente prejudicaria os lucros e as ações das empresas, mas compensaria parcialmente o aumento esperado do déficit.

Em um email para a Reuters, o empresário bilionário e apoiador de Kamala, Mark Cuban, observou que as ações subiram quando os impostos das empresas eram mais altos, acrescentando: “Qualquer coisa que seja um passo em direção à redução do déficit é uma vantagem”.

Mas ele disse que ambos os candidatos estão fazendo promessas que talvez não consigam cumprir. “As políticas de nenhum dos candidatos têm detalhes sobre como seriam aprovadas.”

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Para muitas empresas, uma Casa Branca com Kamala e um Senado de maioria republicana, que bloquearia aumentos de impostos e forçaria Kamala a escolher nomes moderados para cargos importantes, é o melhor cenário possível.

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