Ex-primeira-dama da Argentina amplia denúncias contra Alberto Fernández

Depoimento por escrito tem 20 páginas e foi entregue ao Consulado da Argentina em Madri, na Espanha, onde ela está morando; texto fala de lesões graves, espancamentos habituais e violência reprodutiva

Roberto de Lira

O ex-presidente Alberto Fernández e a ex-primeira-dama Fabiola Yáñez, em visita à República Dominicana - 24/03/2023 (Foto: Reproduçãodo Instagram/@fabiolaoficialok)
O ex-presidente Alberto Fernández e a ex-primeira-dama Fabiola Yáñez, em visita à República Dominicana - 24/03/2023 (Foto: Reproduçãodo Instagram/@fabiolaoficialok)

Publicidade

A ex-primeira-dama argentina Fabiola Yáñez ampliou nesta segunda-feira (12) as denúncias de agressão e assédio contra o ex-presidente Alberto Fernández num depoimento por escrito com 20 páginas entregue ao Consulado da Argentina em Madri, na Espanha.

Ela pediu para ser demandante no caso e alegou ter sofrido “lesões graves duplamente qualificadas (…) perpetradas no âmbito da violência de gênero com abuso de poder e autoridade”.

Ela também quer que Fernández seja acusado de ameaças coercitivas e denunciou ainda “espancamentos habituais” e “violência reprodutiva” por parte de Alberto Fernández.

Yáñez está em Madri, com seu filho Francisco, para onde se mudou após sua separação do ex-presidente, enquanto Fernández está morando no apartamento de um amigo no bairro de Puerto Madero, em Buenos Aires.

Na denúncia ampliada hoje, a ex-primeira-dama sustentou que “os atos de assédio, maus-tratos, desprezo” começaram em 2016, portanto antes da campanha eleitoral que levou Alberto Fernández à Casa Rosada, relatou o jornal Clarín.

O jornal lembra que não existe na Argentina a figura jurídica da violência de gênero no Código Penal e por isso a acusação inicial citou “lesões leves”, a atual classificação criminal de espancamentos. Mas o prolongamento citado pela ex-primeira-dama deve levar as autoridades judiciais a ampliar o quadro acusatório para lesões graves.

Continua depois da publicidade

Defesa

O ex-presidente, por sua vez, disse ao site El Rocket to the Moon, em entrevista que ainda será divulgada, que o hematoma que Fabiola Yañez mostrou na semana passada sofreu em um de seus olhos foi produto de “um tratamento estético contra rugas”.

Os hematoma no braço, por sua vez, foram atribuído a uma tentativa dele se defender de agressões. Ele ainda teria sugerido que a ex-mulher sofre de alcoolismo.

Ele também cita relacionamentos anteriores para reforçar sua inocência, lembrando que morou 17 anos com Marcela Luchetti (mãe de seu filho Tani) e outros 10 com Vilma Ibarra e que não há um único episódio de agressão denunciado.