Ex-funcionário diz que OceanGate queria treinar piloto de submersível em um único dia

Em depoimento sobre tragédia, David Lochridge também afirmou que fundador da OceanGate esteve envolvido em outro incidente com submersível

Equipe InfoMoney

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O fundador da OceanGate, Stockton Rush, esteve envolvido em um incidente em 2016 com um submersível que colidiu com uma embarcação naufragada. A informação foi compartilhada no segundo dia de audiência promovida pela Guarda Costeira dos EUA sobre o Titan, o submersível da empresa que implodiu em junho de 2023 durante uma expedição aos destroços do Titanic, resultando na morte de cinco pessoas.

Durante a audiência desta terça-feira (17), David Lochridge, então responsável pelas operações marinhas da empresa, contou que, no incidente de 2016, o então CEO da OceanGate, Stockton Rush, ignorou avisos de segurança e pilotou o submersível Cyclops 1 de forma imprudente, resultando na colisão com os destroços da embarcação Andrea Doria, naufragada na costa de Massachusetts.

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Durante o incidente, Rush entrou em pânico e questionou se havia suporte vital suficiente a bordo e em quanto tempo uma equipe de mergulho poderia chegar ao local, enquanto os passageiros observavam a situação. Lochridge tentou acalmá-lo e pediu que ele entregasse os controles. No entanto, Rush se recusou a entregá-los e, em um momento de frustração, arremessou o controle em direção a Lochridge, atingindo o funcionário na cabeça. O comportamento imprudente de Rush levantou preocupações sobre sua habilidade como piloto.

Lochridge também destacou que a OceanGate permitia que civis inexperientes pilotassem seus submersíveis com apenas um dia de treinamento, políticas que estão alinhadas com as descrições de pressa e falta de cuidado feitas por ex-funcionários e especialistas da indústria sobre a OceanGate, especialmente sob a liderança de Rush.

O acidente com o Titan, que implodiu em 2023 durante uma expedição ao naufrágio do Titanic, está sendo investigado pela Guarda Costeira, que tenta entender as falhas que levaram à tragédia. O órgão só enviará ao governo dos Estados Unidos as conclusões das investigações após o término do processo.

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O canal no YouTube da Guarda Costeira dos Estados Unidos, que investiga o caso, tem transmissões de audiências programadas até o dia 27.

A implosão da embarcação a 3.350 metros de profundidade vitimou, além do fundador da OceanGate, o bilionário britânico Hamish Harding, o mergulhador francês Paul-Henry Nargeolet, o empresário paquistanês Shahzada Dawood e seu filho, Suleman Dawood, levantando questões sobre a segurança de excursões ao fundo do mar.

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