EUA passam a chamar Edmundo González de “presidente eleito” da Venezuela

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, informou os parceiros sobre a decisão em uma reunião durante os encontros do G20 no Rio de Janeiro

Bloomberg

Ex-candidato presidencial da Venezuela Edmundo González concede entrevisa à Reuters em Madri
20/09/2024
REUTERS/Juan Medina
Ex-candidato presidencial da Venezuela Edmundo González concede entrevisa à Reuters em Madri 20/09/2024 REUTERS/Juan Medina

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O governo Biden passou a se referir a Edmundo González Urrutia como o “presidente eleito” da Venezuela, disse um alto funcionário da administração, representando o reconhecimento mais forte até agora de que o candidato da oposição venceu a eleição presidencial de julho.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, informou os parceiros sobre a decisão em uma reunião nesta segunda-feira (18) durante os encontros do G20 no Rio de Janeiro, segundo a autoridade. Embora os EUA e outros países tenham concluído anteriormente que González teve mais votos do que o atual líder Nicolás Maduro, o governo Biden não havia ido tão longe a ponto de usar o termo “presidente eleito” até agora.

A medida visa aumentar a pressão sobre Maduro, que afirmou ter vencido a eleição sem fornecer provas. Referir-se a González como “presidente eleito” não significa que os EUA mais tarde chamem o candidato da oposição de “presidente legítimo” após o dia da posse em 10 de janeiro, quando Maduro espera ser empossado para um terceiro mandato. Esse termo foi aplicado sem sucesso a outro líder da oposição, Juan Guaidó, em uma tentativa fracassada de remover Maduro do poder durante a governo anterior de Trump.

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O Ministério da Informação da Venezuela não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

O presidente eleito Donald Trump deve retornar ao cargo nos EUA em 20 de janeiro. Sua indicação para liderar o Departamento de Estado, o senador da Flórida Marco Rubio, é um defensor de longa data de uma linha dura em relação à Venezuela e ao governo de Maduro. Caberá a eles decidir se prosseguirão com uma nova designação para González e se envolverão com Maduro.

Os títulos venezuelanos permaneceram em terreno negativo na tarde de terça-feira (19), mantendo as perdas registradas após a aprovação pela Câmara dos Representantes, controlada pelos republicanos, de um projeto de lei para endurecer sanções contra entidades que lidam com o governo Maduro.

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O governo Biden vê a comunidade internacional e o movimento democrático da Venezuela liderado por González como tendo dado a Maduro todas as oportunidades para engajar-se em um diálogo para uma transição pacífica que reflita a vontade do povo venezuelano, disse a autoridade dos EUA.

O governo Biden tem promovido uma região democrática mais próspera e segura e continua a pressionar por uma solução democrática como o único caminho para resolver a crise econômica e humanitária da Venezuela, disse a autoridade.

González, 75 anos, fugiu para a Espanha em setembro, afirmando que foi coagido a assinar uma carta reconhecendo Maduro como o vencedor da eleição. Ele disse que retornará ao seu país para ser empossado como presidente, um plano que parece improvável com Maduro, 61 anos, firmemente consolidado no poder.

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A líder da oposição, María Corina Machado, que ajudou a mobilizar apoio para González após ser impedida de concorrer à presidência, continua escondida e disse que ainda está na Venezuela.

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