EUA negociam anistia a Maduro em troca de sua desistência, diz jornal

Segundo reportagem do The Wall Street Journal, os EUA admitem discutir perdões para Maduro e aliados, que enfrentam acusações do Departamento de Justiça; país não buscaria uma extradição no futuro

Equipe InfoMoney

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante ato de campanha em Caracas (Foto: Maxwell Briceno/Reuters)
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante ato de campanha em Caracas (Foto: Maxwell Briceno/Reuters)

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Em busca de uma solução para uma alternância de poder pacífica na Venezuela, os Estados Unidos estariam dispostos até em negociar uma anistia para o presidente Nicolás Maduro em troca de sua desistência de permanecer no poder.

Segundo reportagem do The Wall Street Journal, os EUA admitem discutir perdões para Maduro e seus principais tenentes, que enfrentam acusações do Departamento de Justiça, disseram três pessoas familiarizadas com as deliberações do governo de Joe Biden.

Uma pessoa familiarizada com as negociações disse que os EUA estariam abertos a fornecer garantias de não tentar a extradição dessas pessoas no futuro. Desde 2020, existe uma recompensa de US$ 15 milhões por informações que levem à prisão de Maduro sob a acusação de conspirar com seus aliados para inundar os EUA com cocaína.

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A reportagem destaca que a ação internacional pode ser o único caminho para forçar a saída de Maduro, que no longo período de seu regime autoritário foi responsável pela implosão econômica do país, além de um isolamento diplomático e do êxodo de quase oito milhões de venezuelanos, mais do que  Síria e a Ucrânia, nações devastadas pela guerra.

Ao mesmo tempo, Maduro deu refúgio a gangues transnacionais, segundo acusações de autoridades americanas e colombianas. E permitiu que Rússia, China e outros rivais dos EUA ganhassem uma posição estratégica no Hemisfério Ocidental.

Os EUA reconheceram recentemente a vitória do ex-diplomata Edmundo González como vencedor das eleições na Venezuela em 28 de julho, após a oposição a Maduro publicar atas de seções eleitorais apontando uma ampla vantagem contra o presidente. Maduro, por sua vez, se vale do anúncio oficial feito pelo Conselho Nacional Eleitoral, que divulgou uma totalização sem as atas respectivas.

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Nas últimas duas semanas, Maduro prendeu milhares de dissidentes, manteve a lealdade dos militares e encarregou a Suprema Corte do país, que está recheada de seus aliados, de resolver o impasse eleitoral.

Os três países mais populosos da América Latina – Brasil, México e Colômbia – também estão envolvidos na tentativa de resolver o impasse. As autoridades dos EUA querem que esses países – governados por líderes de esquerda simpáticos a Maduro – adotem uma postura mais dura do que sua posição atual de pressioná-lo a apresentar evidências de que ele venceu.

Faltam ainda cinco meses para a posse presidencial da Venezuela, mas os EUA têm pressa para fechar o acordo porque também há uma disputa em território americano em novembro, com chance de troca de poder.

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Uma vitória de Donald Trump pode interromper as negociações. Em 2019, foi a gestão de Trump que impôs sanções ao petróleo governo venezuelano, além de apoiar plano da oposição para derrubar o regime bolivariano de Maduro.

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