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As mais recentes negociações de um cessar-fogo para a Faixa de Gaza, ocorridas em Doha, foram as mais produtivas em meses, e os negociadores vão se reunir na semana que vem no Cairo com a expectativa de concluí-las, afirmou nesta sexta-feira uma autoridade do governo do presidente norte-americano, Joe Biden.
“Foi um consenso de todos os participantes das últimas 48 horas que há realmente um novo entusiasmo aqui para levar as conversas para uma conclusão”, disse a autoridade, que pediu para não ser identificada.
Ela alertou, contudo, que ainda há trabalho a ser feito: “Esse é um acordo muito difícil e complexo”, afirmou.
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Nesta sexta-feira, os EUA, com a ajuda de mediadores de Catar e Egito, apresentaram uma proposta que, segundo os países, pode sanar todas as pendências entre Israel e Hamas, disse a autoridade.
Os últimos dois dias em Doha foram provavelmente “as 48 horas mais construtivas” que as partes tiveram em meses, afirmou: “A equipe israelense que estava aqui foi empoderada… Fizemos muitos progressos em vários assuntos nos quais estivemos trabalhando”.
A mais recente rodada de negociações começou na quinta-feira, entre Israel e os mediadores. O grupo militante palestino Hamas não estava diretamente envolvido, mas foi mantido informado sobre o progresso das conversas.
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A Casa Branca mandou o diretor da CIA, Bill Burns, e o enviado norte-americano ao Oriente Médio, Brett McGurk. O primeiro-ministro do Catar, xeique Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, e o chefe da inteligência egípcia, Abbas Kamel, também estiveram presentes.
As negociações ocorreram com o pano de fundo de uma possível escalada regional do conflito. O Irã ameaçou retaliar Israel após o assassinato do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã, no dia 31 de julho.
Na próxima semana, haverá negociações sobre detalhes do acordo, como a lista de reféns, a sequência de suas solturas e os prisioneiros palestinos. No domingo, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, visitará Israel.
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O conflito começou em 7 de outubro, quando combatentes do Hamas invadiram Israel, matando aproximadamente 1.200 pessoas e tomando cerca de 250 reféns, de acordo com contagens israelenses. Em retaliação, a operação de Israel na Faixa de Gaza transformou grande parte do enclave em terra arrasada e matou mais de 40 mil palestinos — a maioria, civis —, de acordo com autoridades de Saúde palestinas.
Israel diz ter matado 17 mil combatentes do Hamas.