EUA gastaram ao menos US$ 22,76 bi em ajuda a Israel em um ano de guerra

Só em ajuda militar direta foram aprovados US$ 17,9 bilhões desde 7 de outubro de 2023; Marinha dos EUA gastou outros US$ 4,86 ​​bilhões em operações de segurança contra a milícia Houthi, no Iêmen

Roberto de Lira

Tanques israelenses fazem operação perto de prédio destruído no sul da Faixa de Gaza - 
03/07/2024 (Foto: Ohad Zwigenberg/Pool via Reuters)
Tanques israelenses fazem operação perto de prédio destruído no sul da Faixa de Gaza - 03/07/2024 (Foto: Ohad Zwigenberg/Pool via Reuters)

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Em apenas um ano, os Estados Unidos gastaram pelo menos US$ 22,76 bilhões em ajuda militar a Israel e em operações relacionadas na região. A conta está em estudo do “Costs of War”, um projeto de pesquisa Brown University focado em gastos militares.

O montante é considerado conservador pelos responsáveis pelo estudo, uma vez que, embora inclua o financiamento aprovado para assistência de segurança desde 7 de outubro de 2023 – data do ataque do Hamas a Israel – bem como o financiamento suplementar para operações regionais e custos adicionais, não inclui nenhum outro custo econômico.

Por exemplo, não estão contemplados compromissos com gastos futuros que foram feitos este ano. Além disso, há outras categorias mais amplas de gastos que não estão inseridas nos cálculos, como o aumento da assistência de segurança dos EUA ao Egito, Arábia Saudita ou outros países, e custos para a indústria aérea comercial e para os consumidores dos EUA.

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A primeira parte do relatório se concentra na ajuda militar dos Estados Unidos a Israel e aponta que o governo aprovou pelo menos US$ 17,9 bilhões em assistência de segurança desde 7 de outubro do ano passado.

Mas essa é apenas uma quantia parcial do apoio financeiro fornecido durante e para esta guerra. “Por exemplo, o governo Biden fez pelo menos 100 acordos de armas com Israel desde outubro de 2023 que ficaram abaixo do valor que teria acionado a exigência de notificar o Congresso dos detalhes”, destaca o estudo.

As entregas de armas desde 7 de outubro incluem 57 mil projéteis de artilharia, 36 mil cartuchos de munição de canhão, 20 mil rifles M4A1, 13,9 mil mísseis antitanque e 8,7 mil bombas Mk de 82.500 libras.

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Em 13 de agosto passado, o governo Biden anunciou US$ 20,3 bilhões em acordos adicionais de armas com Israel a serem cumpridos nos próximos anos – isso ainda está sendo debatido no Congresso.

Ainda segundo o estudo, desde 1959, o total de ajuda militar dos EUA para Israel alcança US$ 251,2 bilhões, em dados ajustados pela inflação.

O relatório diz ainda que a Marinha dos EUA aumentou significativamente suas operações defensivas e ofensivas na região, principalmente defendendo o transporte marítimo contra ataques de militantes Houthis no Iêmen no Mar Vermelho.

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Esta parte da guerra, que os próprio Houthis alegam estar relacionada ao conflito de Israel em Gaza, custou ao governo dos EUA US$ 4,86 ​​bilhões, o que eleva os custos totais para US$ 22,76 bilhões.

O conflito com os Houthis também custou US$ 2,1 bilhões adicionais em comércio marítimo perdido, porque os transportadores foram forçados a desviar embarcações ou pagar taxas de seguro exorbitantes.

O relatório diz ainda que os gastos americanos favoreceram especialmente grandes fabricantes de armas como Boeing, General Dynamics, Lockheed Martin, Northrop Grumman, RTX (antiga Raytheon), bem como outros produtores de equipamentos, como a Caterpillar.

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