EUA expressam preocupação com aumento do risco de conflito no Oriente Médio

Porta-voz de segurança nacional da Casa Branca disse que os EUA ainda acreditam que há um processo "viável" para chegar a um acordo de cessar-fogo

Gabriel Garcia

Manifestantes pró-palestinos protestam em Istambul contra assassinato do líder do Hamas Ismail Haniyeh no Irã
31/07/2024
REUTERS/Dilara Senkaya
Manifestantes pró-palestinos protestam em Istambul contra assassinato do líder do Hamas Ismail Haniyeh no Irã 31/07/2024 REUTERS/Dilara Senkaya

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A Casa Branca expressou preocupação nesta quarta-feira com o aumento do risco de uma escalada para uma guerra mais ampla no Oriente Médio, após o assassinato do líder do Hamas Ismail Haniyeh no Irã provocar ameaças de retaliação contra Israel.

Falando aos repórteres em um briefing diário, o porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, disse, no entanto, que Washington não via um conflito total na região como iminente ou inevitável e que estava trabalhando para evitar que isso acontecesse.

Ele disse que os EUA ainda acreditam que há um processo “viável” para chegar a um acordo de cessar-fogo para encerrar mais de nove meses de combates entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza, apesar das preocupações de que esses esforços tenham sofrido um forte golpe.

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O grupo militante islâmico palestino Hamas e a Guarda Revolucionária do Irã confirmaram a morte de Haniyeh, que havia participado de negociações indiretas com mediação internacional por um cessar-fogo no enclave palestino. A Guarda disse que a morte ocorreu horas depois de ele comparecer a uma cerimônia de posse do novo presidente do Irã.

O governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não mencionou o assassinato de Haniyeh em uma declaração na noite desta quarta-feira pela televisão, mas disse que Israel havia desferido golpes pesados contra representantes do Irã ultimamente, incluindo o Hamas e o Hezbollah, e que responderia com força a qualquer ataque.

O assassinato ocorreu menos de 24 horas depois de Israel afirmar que matou o comandante militar mais graduado do Hezbollah em Beirute, capital do Líbano, em retaliação a um ataque mortal com foguetes nas Colinas de Golã, ocupadas por Israel.

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Preocupações com uma escalada

“Não queremos ver uma escalada”, disse Kirby aos repórteres. “Esses riscos aumentam e diminuem todos os dias. Eles certamente estão em alta neste momento. Eles não tornam menos complicada a tarefa de redução da escalada e de dissuasão — que é o objetivo.”

No entanto, Kirby se referiu a comentários do aiatolá Ali Khamenei, do Irã. O líder supremo disse que Israel havia fornecido as bases para uma “punição severa para si mesmo” e que era dever de Teerã vingar a morte de Haniyeh.

As forças iranianas já executaram ataques diretamente contra Israel durante a guerra de Gaza, desencadeada por um ataque liderado pelo Hamas contra Israel em 7 de outubro.

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Kirby se recusou a dizer se os EUA estavam pedindo contenção a Israel, exceto para dizer: “Estamos trabalhando arduamente para evitar que essa guerra aumente”.

Embora os últimos acontecimentos pareçam ter atrasado qualquer possibilidade de um acordo de cessar-fogo iminente em Gaza, Kirby disse: “Não vimos nenhuma indicação… de que o processo tenha sido completamente torpedeado”

“Ainda acreditamos que vale a pena buscar o acordo que está na mesa”, acrescentou.

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O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em um evento em Cingapura, evitou uma pergunta sobre a morte de Haniyeh, dizendo que um acordo de cessar-fogo em Gaza é fundamental para evitar um conflito regional mais amplo. Ele disse ao Channel News Asia que os EUA não tinham conhecimento e nem estavam envolvidos no assassinato.