Conflitos na Síria: EUA e Rússia pedem reunião do Conselho de Segurança da ONU

Confronto entre apoiadores do presidente deposto Bashar al-Assad e forças de segurança do país já deixou mais de mil mortos

Equipe InfoMoney

Homem segura arma enquanto celebra o anúncio de que o presidente Bashar al-Assad deixou a Síria, em 8 de dezembro de 2024. Foto: REUTERS/Firas Makdesi
Homem segura arma enquanto celebra o anúncio de que o presidente Bashar al-Assad deixou a Síria, em 8 de dezembro de 2024. Foto: REUTERS/Firas Makdesi

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Estados Unidos e Rússia solicitaram ao Conselho de Segurança das Nações Unidas uma reunião a portas fechadas nesta segunda-feira (10) para tratar da escalada da violência na Síria. A informação foi confirmada por diplomatas neste domingo, segundo a Reuters.

Apoiadores do presidente deposto Bashar al-Assad estão em confronto com as forças de segurança do país há três dias. O conflito interno já deixou mais de mil mortos, a maioria de alauítas, minoria étnico-religiosa apoiadora de Assad.

O presidente interino da Síria, Ahmad Sharaa, disse hoje que “o que está acontecendo no país são desafios que eram previsíveis”. O atual líder comandou a coalizão islâmica que derrubou Assad.

Os alauítas são uma minoria xiita que apoiava o ditador Bashar al-Assad, deposto em dezembro. O grupo que assumiu o poder é sunita e é acusado de promover uma “limpeza étnica sistemática”.

Sharaa continuou afirmando que “temos de preservar a unidade nacional, a paz civil, tanto quanto possível e, se Deus quiser, seremos capazes de viver juntos neste país”.

Fontes de segurança sírias informaram que pelo menos 200 de seus membros foram mortos nos confrontos com ex-militares leais a Assad, após ataques coordenados e emboscadas contra suas forças na última quinta-feira.

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Os ataques escalaram para atos de vingança quando milhares de apoiadores armados dos novos governantes da Síria, vindos de todo o país, foram para as áreas costeiras para apoiar as forças da nova administração.

As autoridades atribuíram execuções sumárias de dezenas de jovens e ataques letais a residências em vilarejos e cidades habitadas pela antiga minoria governante da Síria a milícias armadas indisciplinadas, que foram ajudar as forças de segurança e há muito culpam os apoiadores de Assad por crimes passados.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, um monitor de guerra baseado no Reino Unido, afirmou no sábado que os dois dias de combates na região costeira do Mediterrâneo representaram alguns dos episódios de violência mais graves em anos no conflito civil que já dura 13 anos.

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Os confrontos continuaram durante a noite em várias cidades, onde grupos armados dispararam contra as forças de segurança e emboscaram veículos em rodovias que levam às principais cidades da região costeira, disse uma fonte de segurança síria à Reuters neste domingo.

(Com Estadão Conteúdo e Reuters)