Escolha de Rubio sinaliza que política de Trump para a China pode ir além das tarifas

O anúncio de quarta-feira (13) veio junto com outras escolhas de gabinete que podem incomodar os chineses

Reuters

Donald Trump e Marco Rubio durante comício na Carolina do Norte, EUA, em 4 de novembro de 2024. REUTERS/Jonathan Drake
Donald Trump e Marco Rubio durante comício na Carolina do Norte, EUA, em 4 de novembro de 2024. REUTERS/Jonathan Drake

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WASHINGTON (Reuters) – Com a nomeação do senador Marco Rubio para o cargo de secretário de Estado, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, sinalizou que sua política externa em relação à China pode ir além das tarifas e do comércio, assumindo uma postura mais agressiva ante o principal rival estratégico do país.

O anúncio de Rubio na quarta-feira (13) veio junto com outras escolhas de gabinete que podem incomodar a China, como o deputado Mike Waltz para o cargo de conselheiro de segurança nacional e John Ratcliffe para liderar a Agência Central de Inteligência (CIA).

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As escolhas sugerem que Trump quer reverter a abordagem do governo do presidente Joe Biden de “administrar a concorrência” com Pequim em questões que vão desde o apoio a Taiwan até o papel do gigante asiático na crise de fentanil nos EUA.

Republicanos têm criticado a posição de Biden por considerá-la muito conciliatória.

Rubio “acredita em seu coração que a China é inimiga dos Estados Unidos”, disse David Firestein, ex-diplomata dos EUA com experiência na China. “Isso vai influenciar tudo o que ele fizer com relação à China.”

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Trump tem prometido acabar com o status da China de país mais favorecido no comércio e impor tarifas sobre as importações chinesas superiores a 60% – muito mais altas do que as impostas durante seu primeiro mandato.

É quase certo que Rubio seja confirmado pelo Senado dos EUA, onde é membro sênior dos comitês de relações exteriores e de inteligência.

O apoio do senador aos manifestantes democráticos de Hong Kong lhe rendeu sanções chinesas em 2020.

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Esta seria a primeira vez que a China teria restrições ativas de viagem para um secretário de Estado dos EUA, apresentando um teste inicial de como Pequim poderia se envolver com o novo governo Trump.

Por sua vez, Rubio tem defendido a imposição de sanções contra vistos de autoridades chinesas nos EUA e pressionou o Departamento de Estado a impedir que o chefe-executivo de Hong Kong, John Lee, viajasse a San Francisco para a cúpula da Apec em 2023.

A embaixada da China em Washington não comentou sobre as sanções a Rubio ou sua nomeação, mas o porta-voz Liu Pengyu disse que Pequim espera trabalhar com o novo governo para promover os laços “em uma direção estável, saudável e sustentável”.

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Não está claro qual é a margem de manobra que Trump — que já elogiou o líder chinês, Xi Jinping — dará ao seu novo principal diplomata para adotar restrições à China, especialmente aquelas que se chocam com outras metas de seu governo.

“A equipe (de política externa de Trump) é claramente agressiva em relação à China, mas pode-se contar com ela para seguir o líder se ele mudar do confronto com Pequim para a arte da negociação”, disse Daniel Russel, do Asia Society Policy Institute.

Alguns analistas acreditam que Pequim pode tentar contornar Rubio e buscar um compromisso diretamente entre Xi e Trump, ou com outras autoridades sênior dos EUA.

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“Se isso não funcionar, acho que vamos entrar em uma escalada muito mais regular de um relacionamento ruim”, disse Steve Tsang, diretor do Instituto da China na Escola de Estudos Orientais e Africanos de Londres.

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