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LONDRES (Reuters) – O departamento de emergências da Organização Mundial da Saúde está enfrentando “ameaças existenciais”, já que a multiplicação das crises de saúde o deixou sem recursos a ponto de recorrer a fundos de emergência para pagar os salários dos funcionários no final do ano passado, afirmou um relatório independente.
Provavelmente, um novo financiamento será necessário para cobrir os salários até junho, afirma o documento, divulgado antes da reunião anual da OMS, em Genebra, nesta semana.
Em 2023, o departamento atendeu 72 emergências. Entre elas, terremotos na Turquia e na Síria, conflitos no Sudão, na Ucrânia e em Gaza, e um grande surto global de cólera.
O relatório, elaborado por um comitê independente de supervisão, afirma que os países precisam reforçar seus próprios esforços de preparação e que a OMS deve melhorar a forma como transfere responsabilidades para as autoridades nacionais para atenderem às crescentes demandas.
Também recomenda novas diretrizes para o papel da OMS na gestão de emergências humanitárias de longa duração, em vez dos surtos de doenças agudas com que o departamento também lida.
“Um número cada vez maior de desastres naturais e conflitos em Estados frágeis representa ameaças existenciais” ao desempenho do programa de emergências, diz o documento.
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Sem maior capacidade nos países, o programa de emergências da OMS “será obrigado a reduzir atividades críticas”, acrescenta.
A OMS tem um sistema de classificação de emergências, sendo o seu nível de alerta mais elevado uma “emergência de saúde pública de interesse internacional”, ou PHEIC. Apenas a poliomielite permanece neste nível. A OMS declarou o fim da emergência para COVID-19 e mpox em 2023.
No entanto, a agência também responde a um número crescente de outras emergências, desde conflitos a inundações e surtos de doenças infecciosas.